ATA DA VIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 05-4-2010.
Aos cinco dias do mês de
abril do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi
realizada a chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato,
Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch,
Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
Maurício Dziedricki, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro
Ruas e Reginaldo Pujol. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
vereadores Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, João Antonio Dib, João Pancinha,
Juliana Brizola, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir
Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador Dr. Thiago Duarte, o Projeto
de Lei do Legislativo nº 039/10 (Processo nº 0931/10); pelo vereador João
Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 046/10 (Processo nº 1061/10);
pelo vereador João Pancinha, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 005/10 (Processo nº 0421/10); e pelo vereador Toni Proença, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 200/09 (Processo nº 4214/09). Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 232834, 232904, 233541, 237887, 245600 e
254502/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, foram
apregoados os seguintes Memorandos,
deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar
externamente este Legislativo: nº 025/10, de autoria do vereador Beto Moesch,
no dia de amanhã, no Curso de Educação Ambiental: Desafios de uma Sociedade de
Risco, às dezenove horas, no Auditório Maurício Berni da Universidade do Vale
do Rio dos Sinos – UNISINOS –,
no Município de São Leopoldo – RS –; e nº 021/10, de autoria do vereador
Engenheiro Comassetto, nos dias de hoje e amanhã, na 24ª Reunião do Conselho
das Cidades, no Auditório do Ministério das Cidades, em Brasília – DF. Ainda,
foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Valter Nagelstein, solicitando
Licença para Desempenhar Cargo Público, a partir do dia primeiro de abril do
corrente, tendo o senhor Presidente informado que o suplente João Pancinha fora
empossado no dia primeiro de abril do corrente, integrando a Comissão de
Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Após, por solicitação do vereador
Adeli Sell, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à senhora
Iole Carretta Kunze, falecida no dia dois de abril do corrente, tendo-se
manifestado a respeito o vereador Pedro Ruas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Pedro Ruas e Elias Vidal. Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciaram-se os vereadores Nilo Santos e Elias Vidal, este em tempo cedido
pelo vereador Paulinho Ruben Berta. A seguir, constatada a existência de quórum
deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Aldacir
José Oliboni, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão,
após ser encaminhado à votação pelos vereadores Reginaldo Pujol, Alceu Brasinha
e Aldacir José Oliboni. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores
Engenheiro Comassetto, em tempo cedido pelo vereador Adeli Sell, Alceu
Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo e Beto Moesch. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Mario Manfro, Reginaldo
Pujol, Pedro Ruas, este pela oposição, Dr. Thiago Duarte, João Antonio Dib,
este pelo Governo, Idenir Cecchim, Engenheiro Comassetto, Airto Ferronato e
João Antonio Dib. Na oportunidade, constatada a existência de quórum
deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Nelcir Tessaro,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, solicitando alteração na
composição de Comissões Permanentes deste Legislativo, passando os vereadores
Ideni Cecchim e João Pancinha a integrarem, respectivamente, as Comissões de
Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL e de Urbanização, Transportes e
Habitação. Após, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o
senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL à vereadora Sofia Cavedon, que
relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, do dia
vinte e oito de março ao dia primeiro de abril do corrente, na Conferência
Nacional de Educação, em Brasília – DF. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foram apreciados conjuntamente
e aprovados os Requerimentos nos 019 e 022/10 (Processos nos
1166 e 1189/10, respectivamente). Em continuidade, foi aprovado Requerimento de
autoria do vereador Adeli Sell, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da
discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 055/09 (Processo nº 1538/09),
tendo-se manifestado a respeito o vereador Reginaldo Pujol. Em Votação,
esteve o Requerimento nº 088/09 (Processo nº 2837/09), o qual, após ser
encaminhado à votação pelos vereadores Engenheiro Comassetto e Dr. Raul e pela
vereadora Sofia Cavedon, esta pela oposição, foi retirado de tramitação, a Requerimento,
aprovado, de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, tendo-se manifestado a
respeito os vereadores DJ Cassiá, Sofia Cavedon e Haroldo de Souza. Em Votação, foi aprovado o Requerimento
nº 091/09 (Processo nº 2948/09), tendo-se manifestado a respeito o vereador
Toni Proença. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 020/10 (Processo nº
1182/10), após ser encaminhado à votação pelo vereador Dr. Thiago Duarte. Em
prosseguimento, foram apregoados o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/10 e
o Projeto de Resolução nº 010/10 (Processos nos 1387 e 1383/10,
respectivamente), de autoria da Mesa Diretora. Após, foi apregoado Requerimento
de autoria dos vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul,
Engenheiro Comassetto, Idenir Cecchim, João Pancinha, João Antonio Dib, Nelcir
Tessaro e Reginaldo Pujol, solicitando que seja aditado o Requerimento nº
136/09 (Processo nº 4176/09), para incluir, como destinatário da Moção em
questão, o deputado federal Ibsen Pinheiro, pela sua luta pela distribuição
equânime dos royalties do petróleo aos Estados e Municípios brasileiros. Em
Votação, foram apreciados conjuntamente e aprovados o Requerimento nº 136/09
(Processo nº 4176/09) e o aditamento acima referido, após serem encaminhados à
votação pelos vereadores Carlos Todeschini, Reginaldo Pujol, Airto Ferronato e
Engenheiro Comassetto, este como autor. Na ocasião, em face de Questões de
Ordem e manifestações formuladas pelos vereadores Reginaldo Pujol, Engenheiro
Comassetto e Bernardino Vendruscolo, o senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da tramitação e do processo de votação do Requerimento
nº 136/09 e do aditamento a ele aposto. Também, foi aprovado Requerimento de
autoria do vereador Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre, solicitando alteração na composição de Comissões Permanentes deste Legislativo,
passando o vereador Mauro Zacher a integrar a Comissão de Constituição e
Justiça e a vereadora Juliana Brizola a integrar a Comissão de Educação, Cultura,
Esporte e Juventude. Em prosseguimento, o senhor Presidente declarou encerrada
a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/10, discutido pelos
vereadores Reginaldo Pujol e Engenheiro Comassetto, o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 003/10 e o Projeto de Lei do Executivo nº 005/10;
em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 221/09, 010,
019, 031 e 035/10. Às dezessete horas e cinquenta e sete minutos, nada mais
havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando
os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro e
Bernardino Vendruscolo e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do
que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo
senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para um Requerimento.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de
silêncio, porque, às 18 horas desta Sexta-Feira Santa, nós perdemos uma pessoa
muito querida desta Cidade, que já teve assento nesta Casa, Iole Kunze, que,
como Suplente da Bancada do Partido dos Trabalhadores, assumiu várias vezes
aqui nesta Câmara. Todo o mundo sabe da sua grande luta; era uma cadeirante que
lutou muito pela inclusão social e por todas as grandes bandeiras da sociedade
porto-alegrense.
Em
homenagem à nossa ex-Vereadora, essa querida mulher lutadora, Iole Kunze, peço
um minuto de silêncio.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, o PSOL, por intermédio
deste Vereador e da Verª Fernanda Melchionna, quer reforçar o pedido feito pelo
Ver. Adeli Sell.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Mesa também já estava preparada para
pedir um minuto de silêncio em homenagem à Iole Kunze pelos trabalhos prestados
à nossa cidade de Porto Alegre. Deferimos o pedido.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro;
Vereadoras e Vereadoras, saúdo particularmente os Vereadores que retornam à
Casa - Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, Maurício Dziedricki. Sejam bem-vindos.
Vereadoras
e Vereadores, público que nos assiste, no dia de hoje, ao meio-dia, estivemos,
vários Vereadores da Casa, a Verª Fernanda Melchionna também, assistindo à
exposição do Ministério Público Estadual no que tange à denúncia feita a
respeito da trágica morte do Secretário Municipal de Saúde Eliseu Santos.
Era
uma entrevista coletiva. Os Promotores anunciaram, mostraram os motivos
pelos quais e através dos quais eles entendiam, com convicção - os Promotores
usaram esta expressão “com convicção”, não era apenas uma crença -, que havia
um homicídio, ou seja, que havia mandantes para um crime premeditado, uma série
de agravantes. E não só afirmavam, com convicção e provas, que era um crime
premeditado como davam os nomes dos mandantes além do nome dos executores.
O Ver. Comassetto estava lá, a Verª Celeste
estava lá, a Verª Sofia Cavedon estava lá, a Deputada Federal Luciana Genro,
além de outros dos quais não me recordo. Nós, na plateia, não podíamos fazer
perguntas, porque era uma coletiva, e, portanto, somente os jornalistas tinham
esse acesso. Em um momento específico, Ver. Vendruscolo, neste momento
presidindo a Sessão, para este Vereador ficou absolutamente claro que nós temos
não só a prerrogativa - não só a prerrogativa! -, mas a obrigação institucional
de usarmos o instrumento da CPI para a investigação do conjunto de fatos que
levou a situação a esse desfecho trágico - como é trágica a falta de recursos
na área da Saúde. Perguntavam os jornalistas: “O que levou... O que houve
antes? Quem participou do esquema de propina? O que estava ocorrendo?” Os
Promotores disseram - dois deles responderam: “Não é assunto do Ministério
Público; o nosso tema é a área do homicídio”, que é o tema da Polícia Civil. O
Ministério Público e a Polícia Civil se debruçam, cada um com o seu caminho,
sobre o tema do assassinato, mas nós, Vereadores, temos a obrigação de examinar
o conjunto das situações que resultaram na ocorrência de episódios de tamanha
gravidade na Secretaria da Saúde, como esse da Empresa Reação, e de tamanha
gravidade, com lesão maior aos cofres Públicos, como o caso do Instituto
Sollus.
É muito importante, Srs. Vereadores e
Vereadoras, nós termos claro que o papel de qualquer legislativo é bifuncional,
principalmente; ele é legislativo e fiscalizador. Nós - já disse outras vezes -
não podemos abrir mão desta prerrogativa-dever, que é a fiscalização.
Então, a Comissão Parlamentar de Inquérito que
se requer - a CPI - é imprescindível, é uma obrigação nossa e é uma obrigação
até para com aqueles que são inocentes, porque se sabe que, sem essa
investigação, que não será feita por outros órgãos, Ver. Idenir, por outras
instituições, até mesmo os inocentes serão pensados como culpados.
Nós sabemos que não existe corrupção unilateral.
Para alguém ganhar ilicitamente fora, alguém de dentro tem que ser negligente
ou conivente. E quem garante que foram apenas o Instituto Sollus e a Empresa
Reação? Quem garante?
E mais, quem cobra, Ver. João Antonio Dib - já
fiz esse cálculo com V. Exª, que me ensinou a fazê-lo -, a diferença de
valores, os milhões que faltam para a saúde da população pobre de Porto Alegre?
Porque esses milhões não são para atendimento da classe média - média média,
média alta -; são para a saúde da população pobre de Porto Alegre. E como se dá
o ressarcimento? Não é através da elucidação do homicídio, não; é através da
cobrança específica, e tem que ser investigada a responsabilidade. Aqui mesmo,
nesta Câmara, os representantes do Instituto Sollus disseram: “Se for
comprovada a nossa responsabilidade, nós ressarciremos o Erário Municipal.”
Disseram isso aqui.
Concluo, Sr. Presidente. Portanto, nós temos,
sim, esse dever, esta obrigação para com o povo de Porto alegre, para com o
povo do Rio Grande, que olha, aturdido, fatos da maior gravidade, prejuízos
gigantescos e uma morte inédita, a execução de um Secretário de Município! E a
Câmara Municipal tem que fazer jus e honrar a sua história, instaurando essa
CPI, apurando os fatos e os denunciando como deve ser feito, buscando
responsabilidades e buscando ressarcimento ao Erário Municipal. Obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Passamos ao
O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. NILO
SANTOS: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Bernardino Vendruscolo; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; senhores e senhoras que nos acompanham nesta tarde, eu quero
iniciar abordando um tema, mas depois quero falar um pouquinho sobre a
inocência do nosso saudoso Dr. Eliseu Santos. Muita gente tentou empurrar tanta
coisa para cima dele, mas, quanto mais o tempo passa e mais se intensificam as
investigações, mais claro fica que o Eliseu, na realidade, trabalhou, operou lá
para fazer uma “faxina” nessa empresa podre. Para que ninguém esqueça, essa
empresa inclusive prestou serviços para a própria Polícia Federal, Ver. DJ
Cassiá. Essa empresa, a Reação, prestou serviço para a própria Polícia Federal!
Quero fazer uma saudação especial à Promotora. Eu não entendo que ela esteja invadindo
a área, o espaço da Polícia Civil; entendo, na verdade, que uma investigação
tem que ser realizada, sim. O que mais nos importa, o que mais nos interessa,
neste momento, é que tudo isso seja clareado, que não paire dúvida alguma, Ver.
DJ Cassiá, sobre a imagem do nosso saudoso Eliseu Santos!
O Sr. DJ
Cassiá:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Nilo Santos,
nosso Líder. Quero aqui, Vereador, reforçar um pouco suas palavras. Com relação
à Promotoria, à Polícia
Civil, à Brigada Militar, órgãos competentes, treinados para que, em uma
situação como essa, se faça uma investigação justa e correta, meu nobre colega
Ver. Nilo Santos, quero dizer a V. Exª que este Vereador, salvo melhor juízo, e
muitos outros Vereadores aqui não têm a noção de uma investigação. Já que a
Promotoria Pública, a Polícia Civil e a Brigada estão, em conjunto, fazendo
esse trabalho, este Vereador não tem condições, e acredito que nenhum outro
aqui tenha condições de fazer uma investigação tão correta e tão justa quanto a
Justiça. Muito obrigado.
O SR. NILO SANTOS: Creio que há um clima de certo
constrangimento entre alguns Vereadores de oposição nesta Casa, porque eu me
recordo bem - inclusive tenho todas as falas da Reunião da COSMAM que ocorreu
no Plenarinho - do dia em que esteve presente o Sr. Renato de Mello, e então,
por alguns Vereadores da oposição, esse homem foi endeusado! Foi endeusado! A
única coisa que faltou foi alguns Vereadores de oposição desta Casa - não
todos, Ver. Brasinha - atirarem pétalas aos pés desse homem, e ele declarando
no microfone, inclusive, que estava agindo de má-fé. Mesmo assim, ele era
endeusado por alguns Vereadores desta Casa que faziam de tudo para tentar
sujar, manchar a imagem do Eliseu, para tentar atacar o Prefeito José Fogaça;
Vereadores que, até agora, não se manifestaram para dizer que lamentam muito ou
para se solidarizarem com a Bancada do PTB pela perda do Eliseu. Alguns não
foram capazes de fazer isso, de ter um gesto nobre. Mas é claro que não têm
capacidade para isso, porque o que mais sabem fazer é ficar “lambendo os pés”
de picareta, de bandido! E falo isso, Ver. Brasinha, porque lamento muito não
termos registrado o que o Sr. Renato de Mello e o seu sócio nos falaram no
corredor. Nós deveríamos ter registrado!
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Nilo Santos, é com muita satisfação que eu venho aqui falar em
nome desse amigo - que vai continuar sendo sempre - e dizer que tenho certeza
absoluta de que, pela sua honestidade, sua dignidade, jamais praticaria
qualquer tipo de maracutaia. O Eliseu Santos era conhecido do jeito que ele
era, mas, eu tenho certeza absoluta, eu posso estar onde estiver, eu vou
continuar defendendo esse homem, porque eu o conheço não da política; eu o
conheço de bem antes - foi um daqueles amigos fiéis. Se todo político tivesse a
qualidade e a grandeza do Eliseu Santos, poderíamos ter certeza de que esse
seria um grande político.
Então
eu quero dizer, Ver. Nilo Santos, que nós não o defendemos por acaso, nós
defendemos pessoas justas e honestas, pessoas que têm dignidade. Tenho certeza
absoluta de que ele está lá no céu, neste momento, vendo o que está acontecendo
aqui, essas bobagens, tudo o que está acontecendo.
O SR. NILO SANTOS: Ver. Brasinha, na realidade a Polícia
Civil iniciou todo esse trabalho de investigação, e, se não fosse o trabalho da
Polícia Civil, o Ministério Público também não teria chegado a essa conclusão.
O Ministério Público só está conseguindo desenrolar tudo isso graças ao
trabalho da Política Civil. Se a conclusão foi precipitada, eu não sei; o que
eu sei, Ver. Brasinha, é que a Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro quer,
sim, o esclarecimento dos fatos e declara, neste momento, total apoio à
Promotoria, declara total apoio ao Ministério Público. A nossa Bancada está
engajada, nós queremos, sim, descobrir a verdade! Nós queremos descobrir a
verdade! É necessário que isso se esclareça, Verª Maria Celeste, para que não
vire moda. O Secretário vai lá, manda embora uma empresa dessas, e alguém se
levanta e mata o Secretário!
A Srª Maria Celeste: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Nilo Santos, eu quero salientar, com este aparte, que, de
fato, os Vereadores de oposição foram procurados no ano passado pelo dono da
Empresa Reação para poder vir a esta Casa dar os esclarecimentos necessários
sobre o episódio veiculado pela imprensa, em que o próprio Sr. Renato de Mello
gravou o esquema ou a possibilidade de um esquema de propina pelo Diretor Jurídico
da Secretaria da Saúde à época. Nós, de fato, trouxemos o Sr. Renato a esta
Casa para prestar os seus esclarecimentos, tendo em vista que nós já tínhamos
solicitado um pedido de CPI - o que, lamentavelmente, não se conseguiu, à época
-, que se pudesse formatar essa Comissão Parlamentar de Inquérito na
investigação da Empresa Reação. Lamentamos profundamente que, à época, não
tivemos sucesso. Talvez, Ver. Nilo, se tivéssemos tido essa Comissão,
tivéssemos evitado o mal maior, que foi a morte do Secretário. Portanto esta
Casa está em débito com a cidade de Porto Alegre no que diz respeito a
esclarecer tudo o que aconteceu em decorrência da morte do Secretário Eliseu
Santos.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Nilo Santos, nós temos um profundo respeito por sua Liderança.
As Lideranças partidárias não são fortuitamente colocadas aqui, porque esse é
um diálogo com as Bancadas. Nós sempre tentamos, vamos tentar cada vez mais,
ter um diálogo com V. Exª, que, de um modo especial, que tem sido atencioso
conosco. Mas, para nós, é perturbador em qualquer momento. Lá, como alguns de
nós sabíamos quem estava falando, e eu sabia com quem estávamos falando - o
senhor sabe o meu comportamento naquele dia -, porque, inclusive, eu disse isso
a várias pessoas, e, em uma Audiência, eu disse ao Eliseu que empresa era
aquela e quem eram as pessoas. Muitas coisas dessa gente - eu nem poderia falar
de empresa - vão aparecer ainda, porque, mais dia, menos dia, nós vamos
conseguir esclarecer muitas coisas sobre o serviço terceirizado e sobre como
agem essas pessoas. V. Exª lembrou bem, essa empresa passou por várias
instituições, várias, com nomes diferentes; inclusive tinha contratos
diferentes com a municipalidade, mas um dia nós vamos desanuviar essa questão
para o bem de todos. Eu posso lhe garantir o seguinte, Ver. Nilo Santos:
nenhuma pessoa gosta de ouvir pessoas do quilate desse cidadão, desse sujeito,
desse bandido que esteve aqui. Nem naquela época, nem agora, mas em outros
momentos, também, pessoas do mesmo quilate estiveram aqui. Por isso que a gente
tem que ter muita cautela, muita atenção, e por isso nós estamos atentos ao seu
pronunciamento.
O SR. NILO SANTOS: Ver. Adeli Sell, eu quero fazer um apelo
à oposição. Os Vereadores que merecem esta observação, por favor, prestem
atenção. Houve um momento em que se começou a pessoalizar um debate. Quando
tentaram atingir a honra do Eliseu Santos, lá no Plenarinho, alguns Vereadores
de oposição pegaram, Ver. Pujol, gasolina e jogaram no fogo. Alguns Vereadores,
Sofia Cavedon, irresponsavelmente - não faça ironia alguma, por favor -,
alimentavam o ódio de um marginal; alimentavam, Ver. DJ Cassiá, eu sei, porque
eu estava lá e fiz a defesa do Secretário Eliseu Santos; alimentavam o ódio desse
homem chamado Renato de Mello contra o Eliseu Santos. Alimentavam sem se
preocupar, sem pensar, sem analisar que o Eliseu tinha família, que o Eliseu
era um homem que tinha as suas falhas, os seus defeitos, mas que era uma pessoa
como nós somos. Não se preocuparam com isso; se preocuparam, sim, em incendiar,
incendiar contra o Eliseu Santos. Resultado: isso, com certeza, contribuiu para
que esses homens se sentissem fortalecidos para atingirem o Eliseu.
O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte?
O SR. NILO SANTOS: Eu
gostaria que o senhor fosse bem breve, por favor.
O Sr. Engenheiro Comassetto: Ver. Nilo Santos, como Líder do PT, eu
gostaria de fazer dois registros a Vossa Excelência. Quando chegaram todas
essas denúncias, nós propusemos que a Câmara investigasse. Infelizmente não
conseguimos as assinaturas do conjunto dos Vereadores para fazer a
investigação. Segundo, no dia após a morte do Secretário, o nosso Partido,
através deste Líder, entregou em mãos, inclusive, uma nota oficial da nossa
Bancada, respeitando todo o PTB, bem como os familiares do Secretário que foi
assassinado. Não fizemos nenhuma exploração política do tema. Agora, debater os
problemas da Saúde é uma situação diferente. Como o senhor disse que vários
Vereadores tripudiaram a morte, eu quero registrar que a nossa Bancada entregou
um documento. Obrigado.
O SR. NILO SANTOS: Alguns, eu disse, alguns.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, eu ouço com atenção o pronunciamento de V. Exª, sei que o
tempo se esgota, mas não é possível, Vereador, que joguem, que imputem agora, à
oposição, uma situação que levou à morte o Secretário. Não, por favor! Respeito
o seu pronunciamento, respeito V. Exª, respeito o seu Partido, respeito o
Secretário, mas a situação dramática, as mazelas da Secretaria da Saúde, as
mazelas de relações com empresas bandidas, comandadas por bandidos, é que
levaram a isso; não os pronunciamentos da oposição. Por favor, Vereador!
O SR. NILO SANTOS: Obrigado, Ver. Pedro Ruas. Eu não vou
lhe responder, porque o senhor é um homem inteligente, o senhor entendeu muito
bem o que eu quis dizer, e eu não vou, de forma alguma, dar espaço para que o
senhor explore isso mais ainda.
Ver.
Nelcir Tessaro, nosso Presidente, na época da vinda do Sr. Renato de Mello
aqui, no Plenarinho, a nossa Bancada, várias vezes, conversou sobre a forma
como alguns Vereadores da oposição se comportavam. Alguns Vereadores de
oposição tentaram, sim, atingir a honra do Secretário Eliseu Santos, e alguns
Vereadores partiram para o lado pessoal, atacaram o Eliseu de uma forma
irresponsável, irresponsável!
Portanto,
fica aqui, sim, o registro do PTB. O PTB dá total apoio ao trabalho do
Ministério Público neste momento. Estamos interessados, sim, e me parece que,
quanto mais avança essa investigação, Ver. DJ, mais claro fica que o nosso
companheiro, ex-Secretário da Saúde, o nosso saudoso Eliseu Santos, não tinha
nenhum tipo de mancha na sua atividade à frente da Secretaria Municipal da
Saúde. Ele foi um homem que trabalhou corretamente.
E
que fique claro, para que não se especule mais, Ver. Pujol - para concluir, Sr.
Presidente: foi a Secretaria da Saúde que encaminhou ao Ministério Público o
pedido de investigação. Inclusive, anteriormente, o Secretário Eliseu Santos
esteve aqui, nesta Casa, e disse que não tinha nada a ver, que ele estava
varrendo de lá essa empresa e estava sendo ameaçado de morte, ele dizia! Ele
declarou isso aqui, e ainda tem gente que diz que o Eliseu nunca foi ameaçado.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoamos Licença para Desempenhar
Cargo Público, do Ver. Valter Nagelstein, que ocupará o cargo público de
Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio a partir do dia 1º de
abril de 2010; tomou posse seu Suplente, Ver. João Pancinha, que já prestou
compromisso nesta Casa e passou a integrar a Comissão de Constituição e
Justiça.
O
Ver. Elias Vidal está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo
do Ver. Paulinho Ruben Berta.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Tessaro; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras; público que nos assiste das
galerias, como também aqueles que, em casa ou em algum outro ambiente, pela
televisão, estão acompanhando os trabalhos desta Casa Legislativa, eu venho a
esta tribuna para fazer uma reflexão com os senhores a respeito de um Projeto
que já está em condições de ser votado por esta Casa, que é um Projeto que
trata da regularização dos bares em relação ao tipo de bairro, ao que se vende,
em relação
à bebida alcoólica e em relação ao horário.
Eu sei que cada Vereador aqui tem a sua postura,
a sua maneira de ver as coisas. Há Vereadores mais adeptos a um outro
comportamento - e não estou aqui para julgar ninguém, em hipótese alguma - e
sei, também, que há Vereadores que pensam como eu, quando tratamos dos bares,
restaurantes e do consumo de bebidas alcoólicas.
Então eu trouxe para esta Casa um Projeto - em
seguida, cedo um aparte ao Ver. Brasinha, que é o meu contraponto neste assunto
- que, basicamente, se define assim: funcionando em área residencial, puramente
residencial, os bares e restaurantes poderão vender bebida alcoólica somente
até as 22 horas. Passando desse horário, esses bares e restaurantes que querem
facilitar a venda da bebida e o consumo da bebida alcoólica devem se dirigir
para um outro tipo local, a um bairro que chamamos de área miscigenada, que são
as áreas próprias e adequadas para o funcionamento desses bares, pois esses
locais estão melhor aparelhados, e existe um certo distanciamento dos bares e
restaurantes em relação às moradias.
Mas se passou da meia-noite, e eu quero
continuar bebendo, é um direito meu, eu quero beber, então eu tenho de ir para
um local adequado, porque, depois da meia-noite, entra em vigor uma lei, que
não é de minha autoria, que rege as normas para os locais de entretenimento
noturno; são locais adequados, com isolamento e que têm uma infraestrutura para
que eu possa virar a noite, amanhecer ali bebendo, mas não lá, no bairro, onde
as famílias querem dormir, onde as crianças precisam dormir; não num local onde
eu posso ir um pouco até mais tarde, mas onde não posso “virar a noite”
bebendo, porque se arrasta cadeira para cá, mesa para lá, e todo o mundo sabe
que, quando as pessoas bebem, elas se descontraem, ficam mais relaxadas, elas
conversam mais, elas dão mais gargalhadas, elas falam mais alto, e isso vai perturbar o sono daquela
família que mora no apartamento em cima daquele bar, daquele restaurante. Então
isso é algo muito racional nesse aspecto.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Elias Vidal, eu estava escutando Vossa Excelência, com essa
veemência que V. Exª tem. Eu gostaria de saber se V. Exª pesquisou sobre esses
bares e restaurantes para saber quantos empregos eles geram? V. Exª pesquisou
para saber quanta gente sobrevive dessa atividade? Vereador, quem sabe isso
seria possível numa nova cidade, numa cidade projetada com local específico
para os bares, restaurantes e o barulho que eles geram? Numa cidade como Porto
Alegre não há condições de fazer o que V. Exª quer. Por que até as 22 horas? No
horário de verão, o senhor está dando uma hora para o jovem, para aquele que
gosta de estar sentado lá, tomando a sua cervejinha ou o seu refrigerante. E
tem muita gente que gosta de estar lá e não bebe, Vereador! O senhor já pensou
no estrago que o senhor vai fazer nesta Cidade? O senhor já pensou, Vereador?
O SR. ELIAS VIDAL: Vereador, este aparte está longo, e há
mais dois Vereadores esperando.
O Sr. Alceu Brasinha: Para concluir, eu gostaria de pedir que o
senhor refletisse e buscasse uma alternativa, porque essa não vai dar,
Vereador.
O SR. ELIAS VIDAL: Eu agradeço ao Ver. Brasinha. Só quero
mencionar ao Ver. Brasinha e aos demais senhores as funções importantíssimas do
sono para a saúde, como fortalecimento do sistema imunológico, secreção e
liberação de hormônios, hormônios do crescimento, insulina e outros mais; a
consolidação da memória, sem falar no relaxamento e descanso da musculatura.
Então, Ver. Brasinha, eu não tenho que me preocupar com a questão do
trabalho...
(Aparte
antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)
O SR. ELIAS VIDAL: Não, eu respeito quem trabalha, mas eu
tenho que pensar na criança que está crescendo, naquele funcionário que trabalha, que dirige e
que, no dia seguinte, não vai ter uma coordenação motora adequada; ele pode
provocar um acidente, se é um motorista; se trabalha num hospital, ele pode
fazer um trabalho de instrumentalização inadequado e provocar um acidente.
Qual era a principal forma de tortura nas
guerras, quando pegavam um prisioneiro, para ele confessar? Era não deixar
dormir! Então, uma pessoa que não dorme adequadamente, no dia seguinte está com
seus reflexos mais lentos, ela está meio abobada, está meio fora de si.
Agora, se o indivíduo quer beber, eu não tenho
nada contra: ele pega um engradado de bebida, leva para a sua casa, mas ele não
vai atrapalhar o sono do seu filho, não vai atrapalhar o sono da sua esposa;
mas o sono do outro pode, porque não é o do filho dele.
Então, meu querido, eu sou contra isso. Você não
é obrigado a concordar comigo, mas o fato é que a bebida alcoólica, em lugares
inadequados, atrapalha o sono das pessoas.
Eu não tenho que pensar em trabalho: eu tenho
que pensar na vida, na saúde. O sono é um bem, é um direito da pessoa; o sono é
sagrado para o indivíduo! Eu não posso invadir a casa da pessoa, perturbando
essa pessoa com algazarra, que é o que muitas vezes acontece - não em todos os
lugares, evidentemente. Eu não acredito que V. Exª vá a algum bar onde se criem
confusões à noite, mas nós sabemos que há brigas; além de as pessoas saírem de
lá bêbadas, pegam o carro, dirigem, se matam e matam outras pessoas! É o que
acontece em quase todos os finais de semana em Porto Alegre, no Brasil e no
mundo.
O Sr. DJ
Cassiá:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Elias. Este
tema é importantíssimo, assim como o seu Projeto. Quero lhe dar os parabéns,
Ver. Elias, mas esta Casa já aprovou um projeto que regulariza a situação dos
bares em relação a horário e a outras determinações. Eu ainda não li o seu
Projeto e até gostaria que o senhor me passasse uma cópia, porque esta Casa
debateu o assunto por anos e anos, e, no final do ano passado, esta Casa
aprovou um projeto que determina o horário dos bares. Sobre a questão da
bebida, eu concordo com o senhor: álcool e direção não combinam de forma
alguma; agora, nós não vamos incentivar, de maneira alguma, a bebedeira. Mas
quanto à questão da bebida, se nós tivermos que atacar os bares, nós vamos ter
que atacar os supermercados, nós vamos ter que atacar as fábricas! E se nós
acabarmos com a diversão, que pouco temos na nossa Capital... Olhe, Vereador,
eu gostaria mesmo, para melhor entender, de receber uma cópia do seu Projeto. Eu
o agradeço pelo aparte.
O SR. ELIAS
VIDAL: Eu
agradeço as suas palavras e quero lhe dizer o seguinte: V. Exª é uma pessoa que
tem levado diversão saudável para a comunidade, mas eu não acredito que
diversão se resuma a bebida alcoólica! Eu não posso acreditar que um ser
humano, para se sentir bem, melhor, defina felicidade, paz e amor como bebida
alcoólica. Não é isso que as famílias acham quando, na madrugada, recebem um
telefonema informando sobre um filho destroçado contra um poste ou uma árvore.
E os senhores estão acompanhando isso todos os dias, todas as semanas, entra
ano, sai ano, e estão vendo jovens mutilados, destruídos, mortos pelo consumo
de bebida alcoólica.
Então, bebida alcoólica, para mim, nunca foi
sinônimo de diversão; está mais para destruição do que para diversão. Temos
alguns médicos aqui, como o Ver. Dr. Raul, que atuam em hospitais; já tivemos
vários outros médicos aqui que acompanham e sabem do que se trata, dos
pacientes que eles recebem - quando dá para salvar -, pacientes destruídos e
mutilados. Então, esses bares, no meu ponto de vista, Ver. Paulinho Ruben
Berta, muitas vezes são fomentadores, estimuladores da venda da bebida
alcoólica.
Eu não me refiro àquelas pessoas que têm
controle, que sabem beber socialmente, que saem com os amigos - eu não bebo,
mas respeito os que bebem. Estou me referindo a uma parcela que chega no dia
seguinte dentro de um caixão, que vai para um necrotério. E os médicos têm que
avisar que o jovem, que a filha, o filho está morto, que morreu na madrugada.
Então, quem é capaz de fazer isso, ouvindo todos
os dias, todas as semanas, as entrevistas, as reportagens? Essas pessoas, no
meu ponto de vista, se não amam as suas vidas vão amar a dos vizinhos, a da
população? Não! Elas ficam com som alto, conversando, gritando, batendo na
mesa, chafurdando a cabeça daqueles que querem descansar!
O Sr. Paulinho
Ruben Berta: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero
agradecer, Ver. Elias Vidal, o aparte. Eu gostaria de colocar essa situação de
forma um pouco diferente. Acho que a bebida é o grande tema e também a
perturbação e a agressão à Lei do Silêncio nesta Cidade. Em primeiro lugar,
hoje, os bares, os restaurantes, os lugares de entretenimento, nesta Cidade,
proporcionam, se não milhares, muitos empregos. Em segundo lugar, também tem o
direito do trabalhador, que tem a noite para descansar, para que, no outro dia,
possa trabalhar descansado, para que possa produzir para esta Cidade também. Eu
acho que o foco do Projeto tem que ser um pouco diferente. Eu acho que tem que
existir o consenso de quem trabalha à noite, de quem produz à noite, de quem
gera à noite, para que esse direito não interfira no direito do cidadão que
precisa descansar. A nossa Cidade não foi planejada para isso; a nossa Cidade
não foi planejada para ter áreas exclusivamente residenciais ou áreas
exclusivamente comerciais. Se passar uma borracha em tudo isso, milhares de
pessoas vão ficar desempregadas, mas eu acho que o seu Projeto tem mérito, e
deveria ser buscado um consenso entre o setor comercial noturno e o cidadão.
Temos que aprimorar este Projeto para que ele atenda tanto o direito do cidadão
que dorme à noite, que descansa à noite, para trabalhar no outro dia, quanto o
direito do comerciante de empregar e gerar renda.
Então eu acho que este Projeto tem que ser
revisto. Nós não podemos nos esquecer, em momento nenhum, de que 2014 está aí,
2016 está aí; a Cidade tem vida noturna, produz à noite, mas tem que ser
buscado um consenso entre as partes que estão de um lado e de outro. O seu
Projeto, o senhor pode ter certeza, tem mérito; nós temos nos debruçado sobre
ele e vamos trabalhar para que nenhum lado interfira e anule o outro. Então,
desta forma, eu quero dizer que o senhor tem razão, o senhor faz um grande bem
para esta Cidade trazendo à discussão esta polêmica e este Projeto. Muito
obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Acabou o seu tempo, Ver. Elias Vidal.
O SR. ELIAS
VIDAL: Posso
pedir o tempo de Liderança, Sr. Presidente?
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Pode pedir o tempo de Liderança.
O SR. ELIAS
VIDAL: Peço
ao meu Líder de Bancada, Ver. Paulinho Ruben Berta, para usar o tempo de
Liderança.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): (Após anuência do Ver. Paulinho Ruben Berta.) O Ver. Elias Vidal está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ELIAS
VIDAL: Ver.
Paulinho Ruben Berta, eu agradeço pelo tempo de Liderança da minha Bancada.
Eu quero dizer ao Ver. Brasinha o seguinte:
Brasinha, V. Exª fala muito em trabalho! V. Exª fala muito em trabalho! Está certo,
o trabalho é uma coisa boa, mas V. Exª tem que entender, Ver. Brasinha, que
nada pode estar acima da saúde e da vida! Nada! Emprego é importante, viajar é
importante, carro é importante, casa é importante, ir à praia é importante -
tudo isso é importante, tudo na vida é importante. Agora, nada pode estar acima
da saúde; a vida tem que estar acima de tudo. V. Exª está me ouvindo? A vida, a
saúde, tem que estar sempre acima!
V. Exª disse que eu tinha que fazer uma
pesquisa.
(Aparte antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)
O SR. ELIAS
VIDAL: Eu
a fiz e encontrei uma pesquisa com ratos - o Ver. Brasinha não está me ouvindo
agora. Eu gostaria que V. Exª estivesse bem atento. V. Exª disse que eu tinha
que pesquisar, e eu fiz uma pesquisa com ratos de laboratório. Não deixaram os
ratos dormir por dez dias.
(Aparte antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)
O SR. ELIAS
VIDAL: Ver.
Brasinha, muitos remédios, muitos tratamentos que são importantes para a saúde,
infelizmente, são testados nos ratinhos, que servem de cobaias. Usaram vários
ratos como cobaias; não os deixaram dormir durante dez dias, Ver. Haroldo. Ao
final desses dez dias, os ratos morreram por infecção generalizada. O que eu
quero dizer com isso? Que a falta de sono levou aqueles animaizinhos à morte em
dez dias. Disseram os médicos que o ser humano, não dormindo adequadamente, ao
longo do tempo, de alguns anos, vai ter um déficit de hormônios, de insulina,
de uma série de coisas que o corpo precisa produzir para que essa pessoa tenha
saúde, especialmente a criança. A saúde é extremamente prejudicada quando as
pessoas não conseguem dormir adequadamente. Ao não descansar, essas pessoas vão
adoecendo com mais facilidade. Então, Ver. Brasinha, eu sou adepto ao emprego, mas não em detrimento da
saúde, não a favor da doença, porque são milhares e milhares de pessoas que
sofrem. V. Exª não mora em cima ou do lado de um bar. Não, não mora!
(Aparte
antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. ELIAS VIDAL: O Ver. João Bosco está falando que o
caminhão do Ver. Brasinha faz uma zoeira maior do que a dos bares! Então, aqui
faço uma reflexão e digo ao Ver. Brasinha - que é um defensor dos bares com
bebidas alcoólicas em qualquer horário - que acredito que ele não está sendo
coerente. Eu acho que as pessoas devem esperar um pouco mais para que o Cais do
Porto fique pronto, pois lá poderão beber à vontade, já que ali não há
residências no entorno. Aí o Ver. Brasinha vai poder beber - viu, Ver. Alceu
Brasinha? - a noite toda, no Cais do Porto, porque ali não haverá residências
próximas. Então, eu peço que V. Exª faça uma reflexão, não tire o direito de as
pessoas, de as crianças dormirem, descansarem. Agora, se o senhor quiser beber,
pegue um caminhão de bebida, leve para a sua garagem ou lá para a sua empresa, afaste
os pneus para os lados, entre com o caminhão, chame os amigos e faça uma
bagunça lá, mas, por favor, deixe a vizinhança dormir! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra
para um Requerimento.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI
(Requerimento): Sr.
Presidente, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos,
imediatamente, entrar no período de Comunicações. Faço esta solicitação, porque
me dá a impressão de que, se o período de Comunicações for depois, o plenário
se esvaziará. Acho importante os Vereadores terem a oportunidade de falar, e o
período de Comunicações poderia ser agora, antes da Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que solicita inversão de pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Antes de colocar em votação, V. Exª tem
que colocar em discussão o Requerimento.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Vereador, os Requerimentos serão encaminhados.
O SR. REGINALDO PUJOL: Então, peço a palavra.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Aldacir José
Oliboni.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Ordem
do Dia é, sem dúvida nenhuma, a parte mais relevante das Sessões plenárias
desta Casa, já que ela enseja que a Casa delibere e decida sobre matérias que
se encontram tramitando e que, obviamente, têm que merecer uma decisão desta
Casa. Agora mesmo, o que se observou foi que, antes de iniciar a Ordem do Dia,
já estavam discutindo o Projeto de Lei que será votado no dia de hoje, que é o
principal Projeto da Ordem do Dia, exatamente este a respeito da restrição da
venda de bebida alcoólica a partir das 24 horas nos estabelecimentos
comerciais. O adiamento foi pedido por mim na Sessão anterior; então agora, nós
estamos antecedendo. Há, na Ordem do Dia de hoje, vários Requerimentos que até
entendo já estejam superados, mas estão aí a constar cerca de dez
Requerimentos, Moções, Votos de Solidariedade que datam do ano de 2009 e que,
no dia de hoje, serão postergados na votação, porque a Casa quer discutir, em
Comunicações, outros assuntos. Ora, ou nós enfrentamos esses assuntos prioritariamente
como estabelece a Ordem do Dia, ou, então, estamos dando uma demonstração de
que todos esses Requerimentos aqui não merecem nem estar nesse período. Eu
entendo que nós não devamos inverter a Ordem do Dia, que devamos enfrentar essa
votação agora e já! E depois de enfrentada a votação, entendo que devamos
voltar ao período de Comunicações, quando, em liberdade, cada um vai analisar o
assunto que entender mais oportuno neste momento, mas isso após cumprir a Ordem
do Dia, que, a meu juízo, é, indiscutivelmente, o período mais importante das
nossas Sessões plenárias; é tão importante, que a nossa presença na Casa é
efetivamente medida no momento do ingresso da Ordem do Dia. Então, nós estamos
aqui querendo que ela inicie de uma vez, para que nós registremos a nossa
presença, enfrentemos os processos que estão pautados na ordem dos trabalhos e,
posteriormente, no período que sobrar, cada um que utilize as Comunicações da
forma como julgar mais adequada no cumprimento de seu mandato. Era isso, Sr.
Presidente. Sou contra a inversão da Pauta.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Aldacir José
Oliboni.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu venho
aqui defender o Requerimento de V. Exª, Ver. Aldacir José Oliboni, por quê?
Porque acho que os períodos de Comunicações e de Grande Expediente têm que ser
antes da Ordem do Dia.
Ver.
Dib, V. Exª sempre está prestando muita atenção, e, quando o senhor fica focado
num único assunto, costumo dizer que o nosso professor não está contente com o
que está acontecendo. Digo isso com todo o respeito que tenho por V. Exª, pela
sua grande experiência, mas eu jamais pediria para mudar a ordem dos trabalhos
se não fosse, inclusive, cobrado por muita gente, pelos que nos assistem.
Há
poucos dias, Ver. Reginaldo Pujol - por quem tenho fantástico respeito -, um
cidadão me abordou no Centro, no Mercado Público, e me disse: “Brasinha, eu só
assisti às Comunicações, e o Ver. Reginaldo Pujol estava falando sozinho. Vocês
estavam onde? Onde vocês estavam?” E eu disse: “Eu não estou lembrado do dia,
mas quero dizer que vou ficar atento sempre”.
É
um detalhe: quando chega o período de Comunicações, todos saem do plenário, e
ficamos nós falando sozinhos, sem ter com quem debater! Então eu acho que é
muito importante, Vereadores Waldir Canal, Nilo Santos, DJ Cassiá, que os
períodos de Comunicações e Grande Expediente sejam realizados antes da Ordem do
Dia. Eu acho que é muito importante, porque nós teremos a presença dos
Vereadores para debater o assunto, porque lá, do outro lado, as pessoas que nos
assistem nos perguntam para quem nós estávamos falando!
Então,
eu quero dizer que sou favorável ao Requerimento do Ver. Oliboni e tenho
certeza de que V. Exas também o serão. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, vou
fazer aqui o meu pronunciamento de forma bastante rápida. Eu gostaria de dizer
que o período de Comunicações de hoje, inclusive, não traz como oradores
somente Vereadores do PT - e não é por isso que estamos apresentando este
Requerimento -, mas também os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato,
Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, do PMDB, Beto Moesch, do PP, e
este Vereador. Portanto, não se trata de apenas um Partido ter a palavra. O
período de Comunicações é um espaço livre para que os Vereadores falem sobre o
tema que lhes for conveniente, ou sobre um tema mais necessário, mais urgente,
ou sobre um tema de sua vontade. Portanto, é de extrema importância que haja,
inclusive, uma reforma no Regimento, Ver. João Antonio Dib. Eu tenho percebido
que o período de Comunicações, às segundas-feiras, quando não é antecipado para
a realização de uma homenagem ou para algo semelhante, e os trabalhos
transcorrem de acordo com a Pauta normal do dia, ocorre com o Plenário
esvaziado. O Ver. Brasinha tem razão quando fala que é abordado por cidadãos
nas ruas que lhe perguntam onde estão os demais colegas que constam como presentes,
mas que não aparecem nas imagens da TVCâmara, quando do pronunciamento de um
Vereador na tribuna. Então, eu acho oportuno que a Mesa dê uma avaliada nisso.
É preciso fazer algumas adaptações, e eu faço aqui, novamente, um apelo: por
que não aprovar a antecipação do período de Comunicações, se sempre foi dado
esse direito? Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO, com
o voto contrário do Ver. Reginaldo Pujol.
Passamos às
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Adeli Sell.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro;
colegas Vereadores, Vereadoras; senhoras e senhores; membros da imprensa aqui
presentes, eu quero falar em nome da nossa Bancada, a Bancada do Partido dos
Trabalhadores, sobre a postura do Ministério Público Estadual e sobre a postura
desta Câmara de Vereadores, da nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores e da
Bancada de oposição desta Casa. Nós, 36 Vereadores, quando aqui assumimos,
fizemos um juramento. Todos nós dissemos aqui: “Prometo cumprir a Lei Orgânica
do Município de Porto Alegre, defender a autonomia Municipal e exercer com
honra, lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido pelo povo.” Esse foi
o juramento que nós fizemos. E uma das nossas atribuições, pela Lei Orgânica, é
fazermos a fiscalização de todos os atos do Executivo Municipal.
E
eu quero falar aqui, sim, Ver. Nilo Santos, não é da morte do Secretário Eliseu
Santos, é do Gestor Público Eliseu Santos e da sua vinda aqui na Casa, no dia
18 de maio de 2007. Vou ler as notas taquigráficas daquele dia, o que ele disse
no meio da sua fala (Lê.): “Na sexta-feira passada, eu estive com o General
Goulart, Secretário de Segurança, e com o Delegado Diogo, da Inteligência da
Secretaria da Saúde, porque, além de os funcionários da Secretaria sofrerem ameaças
de morte, eu, de manhã, na sinaleira da Av. João Wallig com a Av. Dr. Nilo
Peçanha, fui ameaçado por dois motoqueiros, que me disseram: ‘Tu estás nos
perseguindo, nós vamos te matar.’ Fugiram. Isso não esquenta a minha cabeça...”
- diz o Secretário. E por aí vai.
Nós
tivemos a oportunidade de falar logo depois do Secretário. E, aqui desta
tribuna, fizemos o seguinte pronunciamento, e quero recapitulá-lo para cumprir
com o juramento que fizemos nesta Casa, com a mão direita estendida, de dizer a
verdade e lutar pela honra e pela lealdade (Lê.): “O Secretário Eliseu informa
que foi ameaçado de morte! Olhe, eu quero dizer que essa sua fala a recebo com
toda a legitimidade e com toda a preocupação. E, como Vereador da oposição, não
posso aceitar que a Casa não se debruce para investigar isso, porque também
temos que zelar pela segurança do Secretário que aí está. Então, são quatro
fatos relevantes aqui trazidos para que nós possamos discutir. Colegas
Vereadores, quero fazer um pedido, um Requerimento como o que foi feito pela
Verª Maria Celeste: que façamos uma investigação envolvendo todos aqui, para
elucidar isso. Devemos garantir a vida do Secretário Eliseu Santos; é uma
responsabilidade deste Vereador e de todos aqui, oposição e situação. Portanto
esta Casa tem um compromisso, sim, com esse tema. Muito obrigado.”
Qual
foi a posição desta Casa? Negou, naquele momento, que se fizesse a investigação
que nós deveríamos ter feito ante as ameaças que o Secretário estava sofrendo e
com a vinda da Empresa Reação, sim, lá no Plenarinho, onde o Sr. Mello - o Sr.
Mello não era o nosso Presidente Melo, mas o Mello da Empresa Reação - disse,
alto e bom som: “Nós estamos pagando propina, lá na Secretaria, para poder nos
manter executando os serviços.”
Esta
Casa se negou! A oposição só tem dez Vereadores. A situação tem mais 26
Vereadores. Portanto, Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, nós devemos ou
não devemos investigar quando um Secretário é ameaçado de morte; quando ele
vem, aqui nesta tribuna, e diz isso; quando os Vereadores da oposição vêm a
esta tribuna e dizem que isso é compromisso dos 36 Vereadores, e não somente da
oposição? O pedido não foi aceito naquele momento.
Concluo
em nome da minha Bancada, resgatando os fatos históricos. O Presidente desta
Casa, naquele momento, era o Ver. Sebastião Melo, do mesmo Partido do Prefeito
Fogaça, e nós não construímos uma saída política naquele momento, mas nunca é
tarde para retomarmos e reconstruirmos uma saída política e a honra desta Casa,
conforme o juramento dos 36 Vereadores. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra
em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, Ver. Reginaldo Pujol, esta
manhã a Cidade virou um verdadeiro caos, Vereador, lá na Rodoviária. Os
táxis... Eu estou falando o que o agente da EPTC falou, o Sr. Gumercindo
Machado. Ele falou que a Rodoviária está saturada, Vereador João Bosco Vaz. E
mais ainda: na Rádio Gaúcha, o Macedo não concordava com a ideia, dizia que
tinha táxi, só que não podia parar, porque onde a EPTC mete o bico dá problema.
Palavras do Macedo de manhã cedo; senão amanhã ele vai dizer que eu falei
errado. Eu estou falando o que ele falou. A Cidade trancou; uma hora para pegar
táxi, Vereador! Uma hora, Toni Proença! Se na nossa Cidade se tem que levar uma
hora para chegar a um local?! Nem uma hora, não é tão grande assim a Cidade.
(Aparte
antirregimental do Ver. Elias Vidal.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Vereador, vai comparar São Paulo, que dá
15 vezes Porto Alegre?
(Aparte
antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. ALCEU BRASINHA: ... e anda muito mais rápido, Vereador.
Eu ando lá, eu ando muito lá.
(Aparte
antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Ah, então tá. Eu vou mostrar minhas
passagens para o senhor.
Eu
quero lhe dizer, Vereador, que a Cidade tem que mudar. Me criticaram quando
apresentei um Projeto aqui que deveria elevar a velocidade até 70 quilômetros
por hora; na 3ª Perimetral tem que elevar, Ver. João Bosco; na Ipiranga, na
Baltazar, porque não é possível... Hoje tem uma lombada eletrônica onde é
permitido andar até 40 quilômetros, os caras passam a 20 e aí acabam trancando
tudo. Fui criticado, de manhã cedo, pelo Macedo, mais uma vez, porque eu queria
elevar a velocidade. Ninguém anda a 60 quilômetros/hora, ninguém! Andam quando
tem um pardal por perto. Por quê? Essa velocidade, 60 quilômetros/hora só serve
para faturar, Ver. Bernardino Vendruscolo! Mas eu acho que V. Exas
têm que olhar e pensar com carinho, porque não tem condições, Ver. Pedro Ruas,
e eu sei que V. Exª anda nesta Cidade e sabe onde estão os gargalos em Porto
Alegre.
Eu
quero falar com o meu querido Ver. Elias Vidal - quero que me escute -, porque
V. Exª chamou a minha atenção várias vezes hoje. V. Exª não tem o direito,
Vereador, de falar mal das pessoas que bebem. São cidadãos que pagam os seus
impostos em dia, e quem sabe pagam mais do que as pessoas que não bebem. E mais
ainda, Ver. Elias Vidal: quero dizer que nós que queremos que a Copa venha para
cá, e chegar com o projeto de V. Exª para os diretores da Copa, eles nem vão
quer vir para cá, porque futebol é barulho, e todos gostam de barulho. E V. Exª
está do lado de um Vereador que entende muito de futebol, e ele sabe que até o
espaço aéreo é bloqueado pela FIFA! E V. Exª quer bloquear o barulho dos bares?
V. Exª quer tirar o emprego dos cidadãos, Vereadores? V. Exª já pensou no
estrago que vai causar nesta Cidade?
Se
eu fosse V. Exª, repensaria e retiraria novamente o seu Projeto, porque ele não
vai colaborar com a Cidade, só vai piorar. E eu duvido, Vereador, duvido que
V.Exª tenha o apoio de todas as Bancadas aqui. Eu acho que não, porque quem
quer que Porto Alegre cresça não pensa assim, não pensa!
O Sr. Elias Vidal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Alceu Brasinha, V. Exª sabe que eu tenho um profundo respeito
pelo seu trabalho, mas quero dizer a V. Exª - e gostaria que me escutasse - que
eu trabalhei em hospital, trabalhei em pronto-socorro, o Municipal de Porto
Alegre, cuidei de muita gente que morreu depois de uma noitada de alegria
trazida pelo álcool. Assim, V. Exª fala muito em trabalho, mas esquece das
crianças, dos idosos, os quais precisam dormir, descansar, das pessoas de
meia-idade que têm uma jornada longa e pesada no trabalho; V. Exª coloca o
trabalho acima da vida. Então, acredito que V. Exª está desinformado sobre os
malefícios de noites maldormidas, porque uma pessoa pode ir lá e simplesmente
beber por uma noite, mas quem mora ali, com o passar dos anos, é prejudicada,
pois não pode descansar, não pode...
O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Elias, quero lhe dizer que eu não
faço a bagunça que V. Exª está
dizendo. Não faço. Eu só penso no bem do cidadão, daquele cidadão que gera
emprego, e o emprego tem que ser preservado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a
palavra em Comunicações.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro;
colegas Vereadores e Vereadoras, público que acompanha nossa Sessão no dia de
hoje, eu estava atentamente ouvindo, Ver. João Bosco, e refletindo sobre a
frase que, para nós, é fundamental: “exercer com honra, lealdade e dedicação o
mandato que foi conferido pelo povo”, Ver. Bernardino. Se estou exercendo, como
Vereador, com lealdade e dedicação, eu, Vereador, ou um Secretário de Saúde, um
Secretário de Administração, o Prefeito, o Governador, o Presidente, jamais
nós, cidadãos, iríamos fazer uma licitação suspeita, para não dizer
fraudulenta. Nós, Vereadores, Secretários, Prefeitos, jamais faríamos um
contrato suspeito, inclusive como foi dito agora pelo Ministério Público, que
são assaltantes, Ver. Nilo! Jamais nós, políticos, faríamos uma licitação
suspeita em que não verificaríamos, Ver. Adeli, que a empresa é de fundo de
quintal! Jamais deixaríamos de verificar a procedência dessas empresas, a
idoneidade desses cidadãos, seja da Reação, seja do Sollus, da Interset. Onde
está o compromisso de um político, um Vereador, Secretário, Prefeito,
Governador? É natural que, ao sairmos pelas ruas da Cidade, o povo nos
pergunte, questione por que deixamos acontecer isso, ou seja, o valor de 9,6 milhões
de reais apenas num pequeno convênio. Imaginem no Programa Socioambiental, por
exemplo, em Porto Alegre, o que já não foi? Se é que o inquérito vai ser
concluído. Nós temos, sim, que nos preocupar, Verª Fernanda, porque lá podem -
alguns políticos que se tornam Secretários, ou até mesmo Vereadores que se
tornam Secretários, ou até mesmo Deputados que se tornam Deputados -
ingenuamente pensar que aqueles que entram num processo licitatório tentem
corromper alguém para poder entrar e ganhar determinadas licitações e depois
virar um possível balcão de negócios. Temos sempre que condenar isso, Ver. João
Antonio Dib, V. Exª, que agora é Líder do Governo, e tem que estar junto
conosco, fazendo uma oposição responsável.
E
é, sim, necessária uma CPI para poder apurar os fatos que estão sendo
apontados, e não por nós, pela própria Polícia Federal, pelo Ministério
Público. Então, não estamos brincando; estamos aqui falando o que já ouvimos e
vimos acontecer aqui no Plenarinho e neste plenário. Temos que ser responsáveis
em um momento como este e falar o que a população está nos cobrando. Queremos o
dinheiro de volta, Ver. João Bosco! É isso que o povo quer. O povo quer que o
dinheiro seja aplicado na Saúde, porque continua a fila que o Fogaça prometeu
terminar e não terminou; ele renunciou e não terminou a fila, ao contrário,
aumentaram as filas nos postos de saúde em Porto Alegre. Vem mais uma eleição
e, mais uma vez, vamos ouvir que as filas vão acabar ou, quem sabe lá, dizer
como o Rigotto dizia: “Um posto de saúde a cada quilômetro!” Nunca sequer fez
um posto de saúde. Ver. Brasinha, isso nos entristece, nos deixa indignados!
Por isso esta reação.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Oliboni, V. Exª sabe que há o Ministério Público, a Polícia
Federal, a nossa Polícia Civil e a Brigada Militar para investigar todo esse
emaranhado, e o senhor acha que um Vereador vai ter condições de investigar
isso? Acho que não há um Vereador aqui que tenha a competência para investigar
o que o Ministério Público e a Polícia Civil investigam.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Ver. Brasinha, só queria lhe dizer que o
nosso papel não é de investigador; o nosso papel é de fiscal do serviço
público, e por isso é fundamental que exista essa atribuição e ela seja
coerente todo o nosso santo dia. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra em Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras e Srs. Vereadores, eu venho a esta
tribuna trazer dois assuntos. Um deles, eu vou mostrar rapidamente, até em
razão do tempo de cinco minutos. (Mostra foto.) Isso aqui fica na Rua da
República. Nós temos de preservar as nossas árvores; vou mostrar novamente aqui
o ônibus desviando. (Mostra outra foto.) Para se ter uma noção da altura, e há
uma pessoa que está a dois metros do cordão. Nós precisamos, de uma forma ou de
outra - nós, Vereadores -, enfrentarmos um debate com esse pessoal do Meio
Ambiente, nós precisamos respeitá-los, mas as coisas têm de ter limite. Nós não
podemos nos sujeitar, a Cidade toda, a população toda escravizada por uma
atitude extrema, exageradamente no sentido da preservação das nossas árvores,
dificultando o trânsito de Porto Alegre e até nos sujeitando a um acidente, ou
acidentes com maior gravidade. Então, este assunto, se me permitirem, eu quero
tratar numa outra oportunidade, apenas estou mostrando, é ali na Rua da
República, nº 720. Com todo o respeito ao Secretário, aos defensores do Meio
Ambiente, enfim, das árvores, mas acho um exagero. Nós não estamos mais
incentivando ninguém a plantar nada, porque, se alguém tem uma propriedade, de
sã consciência, não vai plantar nada, porque ele planta num dia; no outro, ele
já vira escravo daquilo que ele mesmo plantou. Então, para incentivar as
pessoas a plantarem árvores, arborizarem a Cidade, nós precisaríamos olhar de
uma outra forma, não da forma como está, porque aí não estamos incentivando
absolutamente nada. Sabe-se que as pessoas estão mais voltadas, na sua grande
maioria, a matarem aquelas que estão nascendo, porque, cedo ou tarde, vão ter
dificuldade para construir. Vou lhe dar o aparte, pedindo encarecidamente que
seja rápido, porque vou trazer um outro assunto.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Serei rápido. Eu tinha verdadeiras expectativas com mudanças
substantivas na SMAM. Passado um ano e três meses, eu perdi todas as
expectativas e vejo que a SMAM, parece-me, segue o caminho da EPTC. Eu lastimo.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Vou trazer um outro assunto, quero
mostrar aqui um artigo do Jornal do Comércio (Mostra jornal.), eu quero tratar
sobre este assunto. Nós precisamos, nós temos o dever de enfrentar esses
questionamentos aqui, que trata mais especificamente da data de surgimento, da
criação da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Este
artigo, no Jornal do Comércio, que é de responsabilidade no nosso Presidente do
Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul - IHGRGS -, Sr. Gervásio
Rodrigues Neves, trata da data do surgimento da Câmara de Vereadores de Porto
Alegre. Ele afirma que a Câmara de Vereadores tem 200 anos. Eu não quero aqui
fazer uma crítica, em absoluto. Ainda bem que o Dr. Gervásio trouxe esta
discussão, dispôs-se a assumir uma postura. O Jornal do Comércio deu cobertura,
mas nós precisamos enfrentar.
Aqui,
nós estamos com um material fornecido pelo Sr. Jorge Barcellos, chefe da Seção
de Memorial, que traz artigos de Sérgio da Costa Franco, de Francisco Riopardense
de Macedo, em que temos aqui o bicentenário da Câmara Municipal de Porto Alegre
como sendo de 1773 a 1973. Eu gostaria de mostrar aqui, também,
encarecidamente, para que se registre aqui (Mostra publicação.). Nós,
evidentemente, não queremos aqui tomar partido, não somos conhecedores
absolutos da história, mas - para finalizar, Presidente - quero dizer que
precisamos enfrentar. Fico muito grato em saber que a Presidência da Casa
concordou em convidar esse senhor para debater aqui, na Câmara de Vereadores,
com os historiadores. Não podemos aceitar, desta forma, que saia matéria tão
extensa sem abrirmos um debate para que nós, Vereadores, possamos firmar uma
ideia única do surgimento desta Casa Legislativa. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Beto Moesch está com a palavra, em
Comunicações.
O SR. BETO
MOESCH: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nossa saudação aos
Vereadores que estão retornando à Casa - Ver. João Bosco Vaz, querido amigo;
Ver. Idenir Cecchim; Ver. Tarciso, que retorna depois de um tempo de
recuperação de saúde. Não vou tratar do tema, Ver. Pedro Ruas, da CPI da Saúde
e o caso Eliseu Santos, mas V. Exª fez um pronunciamento - como sempre, V. Exª
se destaca entre os Vereadores aqui da Casa, e nós temos que reconhecer isso -,
fez uma argumentação importantíssima, de fundo, e que mostra que esta Casa tem
que acompanhar e pautar este assunto, Ver. Pujol, até que os fatos sejam
realmente elucidados com relação à administração da Saúde. Mas eu não posso
deixar de lembrar, jamais, quando os debates vêm à tona, Ver. João Antonio Dib,
com relação à CPI da Saúde, que, na Legislatura retrasada, quando vários fatos
e problemas se mostravam sobre a Saúde de Porto Alegre, os mais variados... Eu
nunca me esqueço, Ver. Presidente, que um paciente de traumatologia ficava mais
de um ano... As pessoas ficavam mais de um ano...! Melhorou? Não, não melhorou,
mas tem que ser investigado, ou por um problema de gestão nossa, municipal, ou
por falta de repasses necessários de Brasília para cá, porque tudo se resume em
Brasília; quase 80% de arrecadação de impostos no País fica em Brasília. Depois
eles repassam, dependendo dos projetos que são elaborados. Não há pacto
federativo e não há reforma política sem alterar esse absurdo da concentração
de tributos em Brasília. Ou seja, o problema do SUS em Porto Alegre é um
problema só de gestão municipal ou é também um problema de falta de repasses?
Não sei agora dizer, e não há tempo sequer para isso, nos cinco minutos, mas
este é um assunto que nós temos que debater aqui na Casa. Nós precisávamos, na
época, investigar os vários problemas que ocorriam na Saúde em Porto Alegre.
Aprovamos a CPI da Saúde. Aprovamos a CPI da Saúde! Em janeiro de 2004, o
Partido dos Trabalhadores ajuizou uma ação e impediu, na Justiça, a CPI da
Saúde tão necessária quanto agora. Cadê a coerência? Onde está a coerência do
Partido dos Trabalhadores, que não aceitou a CPI da Saúde? Em juízo - em juízo!
Então, Ver. Pedro Ruas, não estou dizendo que
não é necessária a CPI da Saúde.
(Aparte antirregimental.)
O SR. BETO
MOESCH:
Não, e o pessoal não estava aqui na época. Estou falando, porque V. Exª fez um
excelente pronunciamento aqui e pautou, inclusive, os discursos...
(Aparte antirregimental.)
O SR. BETO
MOESCH:
Eu nem ia falar deste assunto hoje; eu ia falar sobre o Código Municipal do
Meio Ambiente, mas eu não posso esquecer disso. A opinião pública tem que saber
que, em janeiro de 2004, não se implantou a CPI da Saúde, com 20 assinaturas -
20 assinaturas! -, ou mais até, porque se ajuizou uma ação na Justiça, e o
Judiciário entendeu que não cabia CPI.
Agora,
Ver. Dib, independentemente de CPI, ou não, nós temos que acompanhar e apurar
os fatos, sim, Ver. Oliboni, e V. Exª sabe que tanto eu, como membro da
Comissão de Saúde e Meio Ambiente e Vice-Presidente, quanto os demais colegas,
o Manfro, o Thiago e o Raul, todos somos parceiros para investigar todos os
assuntos atinentes à Saúde de Porto Alegre e ao meio ambiente; claro que
independentemente da CPI - é isso que eu quero colocar. Esse é um assunto que
nós jamais podemos agora, nesse momento, deixar em anexo, jamais.
Então, finalizando, Sr. Presidente, se V. Exª
permitir, este é um assunto extremamente sério, que acarreta até um homicídio.
Independentemente de gostarem ou não, trata-se do homicídio de uma pessoa que
mereceu e merece o respeito da sociedade porto-alegrense e gaúcha, e nós não
podemos brincar com isso. Esse assunto é muito sério, Ver. Nilo Santos. Nós precisamos,
mais do que nunca, ser responsáveis e mostrar à sociedade de Porto Alegre a que
viemos, é isso que a sociedade porto-alegrense quer. Nossa homenagem, não posso
deixar de fazê-la, a essa figura extraordinária, João Bosco Vaz, que foi, sim,
Eliseu Santos. Independentemente do que ocorreu com ele, nós precisamos estar
atentos e investigar esses fatos com muita responsabilidade. Obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mario Manfro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MARIO
MANFRO: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas que nos assistem, em primeiro lugar eu
quero agradecer o Líder do PSDB, Ver. Luiz Braz, pela cedência do tempo.
Reiteradas vezes, eu tenho ocupado esta tribuna me manifestando a respeito da
Odontologia, no sentido de que, normalmente, a Odontologia tem sido colocada em
um plano secundário. E hoje, para variar, eu venho aqui trazer uma boa notícia
à população de Porto Alegre, população que tanto necessita do atendimento
odontológico. O Roberto Isquierdo, que é o responsável pelo Departamento de
Recursos Humanos da Secretaria Municipal da Saúde, passou-me a excelente
informação de que, neste mês ainda, em abril, será aberto o edital para
concurso público para cirurgião-dentista. Então isso muito me alegra.
Inicialmente serão nove cirurgiões-dentistas contratados imediatamente; em um
curto espaço de tempo, outros dez; e, em fazendo concurso público, certamente
as pessoas credenciadas, as pessoas que passarem nesse concurso, os colegas que
passarem nesse concurso ficarão na expectativa de suprir as novas vagas. Claro
que eu estou feliz, como eu disse, mas não totalmente contemplado. A
necessidade de cirurgiões-dentistas nos postos de saúde é muito maior do que
esse número, mas já é um belo começo e uma bela notícia.
Para os senhores terem uma ideia, segundo
informações do próprio Isquierdo, nos próximos quatro anos 50
cirurgiões-dentistas, só entre os municipalizados, deverão se aposentar. Então
essa reposição precisa ser feita. E notem que eu falei só nos municipalizados.
Ele não tem o número exato de todo o grupo, de quantos se aposentarão nesse
meio tempo.
Dia 13 de abril nós teremos, na COSMAM,
presidida pelo Ver. Oliboni, uma reunião específica para tratar da saúde bucal
em Porto Alegre. É uma reunião que terá tudo para ser bastante produtiva, para
que, de uma vez por todas, Porto Alegre passe realmente a ser a “Cidade
Sorriso”. Para ser a “Cidade Sorriso” é necessário haver cirurgiões-dentistas.
Eu agradeço, inclusive, ao Ver. Oliboni, que, de uma forma bastante rápida,
conseguiu essa agenda que eu solicitei. Quero aproveitar para dizer que eu
sabia que o Oliboni era um excelente Vereador, não sabia que era um excelente
ator.
Eu estive representando a Câmara de Vereadores
lá no Murialdo e quero parabenizar toda aquela comunidade, parabenizar o Ver.
Oliboni, parabenizar a Prefeitura de Porto Alegre, que estava lá representada
por diversos órgãos, entre eles o DMLU e a EPTC. A festa, em seu todo, foi
maravilhosa, Vereador. Eu agradeço pelo convite e mais uma vez parabenizo V.
Exª e toda a comunidade do Murialdo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu desejo,
antes de mais nada, saudar o Ver. Maurício, o Ver. João Bosco que retornam à
Casa e o Ver. Idenir Cecchim, com quem, no dia de hoje, tenho a satisfação de,
pela primeira vez, me confraternizar na condição de colega aqui neste Plenário.
Eu
me insurgi há pouco com a ideia da transposição do tempo, com todo o carinho
que eu tenho ao Ver. Brasinha, e eu vi que não me enganei muito. Acho que, por
duas vezes, Ver. Toni, nós fomos convocados a cumprir o nosso mandato com honra
e lealdade. Quero dizer, com o maior carinho e o maior respeito a quem me fez
essa convocação, que eu dispenso essa convocação, até porque nós temos que
exercer o mandato, Ver. Ferronato, com honra e com lealdade, mas não, tampouco,
com ingenuidade. Acho que, às vezes, nós confundimos alguns conceitos. Eu
quero, inclusive, cumprimentar o Ver. Beto Moesch, que, aqui da tribuna, teve
um pronunciamento extremamente tranquilo, sereno, porém muito profundo, porque
parece que, para ter honra e lealdade nesta hora, Ver. João Bosco, precisa-se
assinar requerimento de CPI - só assim se tem honra e lealdade! Que história é
essa? Eu tenho autoridade suficiente para dizer que exerço o meu mandato com
honra e lealdade e nunca com ingenuidade.
Ver.
Dib, eu acho que V. Exª tem que colocar no seu já grande histórico parlamentar
mais uma qualificação. Acho que V. Exª presidiu a única Comissão que levou a
algum resultado prático nesta Casa, aquela CPI que ninguém gosta de lembrar,
especialmente o PT, a respeito do DMLU, do incinerador que foi comprado dos
companheiros de Campinas, pago por antecipação, que não foi entregue e que, até
hoje, não houve conclusão. Até hoje ainda não houve, e isso deve fazer,
seguramente, mais de dez anos. Eu quero dizer, com toda a sinceridade, que fui
Deputado Estadual por dois anos - poderia ser hoje, não quis sê-lo, me
decepcionei na Assembleia Legislativa -, e, naqueles dois anos que lá estive,
eu tive a oportunidade de enfrentar um problema gerado por uma figura magnífica
que se chama Vieira da Cunha, meu particular amigo, que pretendia instalar, na
Assembleia, naquele ano, uma CPI que eu entendia desnecessária. Arrostei
dificuldades imensas, mas, junto com os meus companheiros de Bancada, não demos
o número necessário para convocar aquela Comissão. Dizem alguns que eu perdi
até voto por essa posição, porque alguns entendiam que eu tinha que ser duro,
radical, positivo - não fui e não me arrependo. Acho que as CPIs estão sendo
banalizadas. Depois que a televisão começou a focar as reuniões das CPIs, elas
viraram palanque eleitoral. E eu, por mais que queira bem o meu querido amigo
Ver. Pedro Ruas, de quem espero um bom desempenho eleitoral, não vou ajudar a
formar o seu palanque, nem dele, nem do PT. Muito mais dele do que do PT,
porque o PT não tem autoridade moral de falar em CPI na Saúde pelas razões que
o meu querido amigo Beto Moesch aqui colocou. Eu enfrentei essa situação aqui.
Debates, Ver. Pedro Ruas, digo-lhe com muita homenagem que lhe quero muito bem.
Acho que V. Exª está correto, V. Exª quer montar o palanque, e eu não posso ser
ingênuo de dizer que vou colaborar para montagem desse palanque.
Por
isso, Sr. Presidente, mais do que isso, Ver. Haroldo, eu não vou aceitar
algumas coisas que querem colocar para mim. Aos 70 anos de idade, eu não vou
acolher a imposição de alguns para que eu vire investigador policial. Não, esse
lamentável acontecimento em torno do ex-Vice-Prefeito da Cidade, falecido da
forma trágica como ocorreu, já está mais do que discutido, já tem muitas
belezas em disputa, já se sabe quem o matou. Agora querem discutir por que ele
matou. Não sou eu que vou lá saber por que esses facínoras mataram o Eliseu, se
foi para roubar o carro dele ou porque estavam a mando de alguém que tinha contas
a ajustar com ele pela sua vida digna de quem havia denunciado, objetivamente,
fatos ilícitos e tomava providências nesse sentido. Ao Eliseu, com o qual
muitas vezes eu tive divergência pela forma com que ele se desempenhava na vida
pública, que, muitas vezes, não coincidia com a minha, mesmo com todos esses
desencontros, não nego a ele o direito de hoje, após sua morte, ele e a sua
família terem o respeito desta Casa onde ele exerceu, com dignidade, o mandato
de Vereador e onde foi, naquela ocasião, com honra e lealdade, um bom
companheiro nesta Casa.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro;
Vereadores, Vereadoras; público que nos assiste, eu tenho, há trinta anos,
amizade e respeito de S. Exª, o Ver. Pujol, mas o Vereador não foi feliz -
acontece! - quando colocou que este Vereador gostaria de ter palanque
eleitoral. Vereador, por favor! Palanque eleitoral se faz de outra maneira.
Isso não é palanque eleitoral, é uma questão de responsabilidade, é uma questão
de honra, sim, em relação à história de Porto Alegre. É uma questão de
obrigação nossa, não é uma discussão de palanque eleitoral - pelo contrário! No
ano passado, não havia eleição e também não pôde sair CPI; era ano ímpar, 2009.
Então,
o que nós estamos reivindicando e colocando aqui? Eu também fui colega de S.
Exª, o Ver. Eliseu Santos, aqui nesta Casa e dele não tenho nenhuma queixa, foi
um bom Vereador e um bom colega aqui. A maneira de homenagearmos S. Exª é saber
exatamente em que condições esses episódios gravíssimos que culminaram com sua
morte ocorreram - gravíssimos! Esquecer, deixar para lá nunca foi fazer
justiça, nunca foi homenagear! Aliás, um conceito elementar de justiça é
responsabilizar os culpados e inocentar os inocentes, não é esquecer, nunca
foi, em lugar nenhum do mundo, em nenhuma época da história! Fazer justiça
nunca foi esquecer o crime acontecido. Fazer justiça é investigar, é punir os
responsáveis, é buscar o ressarcimento ao Erário Municipal.
Nós
temos aumento da mortalidade infantil por conta do dinheiro que está lá na
Empresa Sollus, e não é dela esse dinheiro, mas é de Porto Alegre. Esse
dinheiro não pode ficar lá, e a responsabilidade é nossa, é dos Vereadores da
cidade de Porto Alegre, desta Câmara de Vereadores, que agora completa 200
anos. O dinheiro está lá, 400 mil por mês foram desviados da Saúde, e da saúde
dos pobres de Porto Alegre. E está lá: mortalidade infantil, doenças das mais
variadas, é a falta de tudo, de hospital, de posto de saúde, de água. E o
dinheiro está lá, com os carros novos, com os apartamentos novos, com a Sollus!
O que é isso?
A
Empresa Reação pagou sozinha, pagou para ninguém. Não existe corrupção
unilateral, já falei. Para alguém lucrar aqui fora, tem que alguém ser
conivente ou negligente aqui dentro. Não é uma questão de decidir se a Câmara
de Vereadores tem capacidade fiscalizatória ou não. E ela tem! Ela tem!
Hoje
os promotores foram muito claros nesse aspecto. Eles disseram, de forma
peremptória: nós investigamos, assim como a Polícia Civil, o crime, o
homicídio; nós não investigamos a motivação administrativa, política, de
corrupção. Isso não é uma questão do Ministério Público, não é da Polícia
Civil, é da Câmara Municipal de Porto Alegre! E se ela não o fizer, não será
feito! Não adianta querermos nos eximir dessa responsabilidade.
Eu
respeito os argumentos sempre, mas não busquem motivação errada para o que
estamos fazendo. Respeito os argumentos.
O
Ver. Beto Moesch veio aqui, com muita sobriedade, colocou a sua argumentação;
vários Vereadores têm colocado, e eu respeito os argumentos. Aliás eu nunca
desrespeitei um Vereador desta Casa em quatro mandatos - este é o quarto
mandato - alternados. Nunca desrespeitei um Vereador desta Casa,
porque desrespeitá-los seria desrespeitar o povo de Porto Alegre que está
representado aqui. Mas estou muito ciente das minhas obrigações e não
descansarei um só minuto, um só segundo na luta pela instalação dessa CPI,
porque ela é, sim, a maneira mais correta de inocentar quem não tem culpa, a
maneira mais correta de homenagear a vítima e de cumprir a nossa obrigação
superior com o povo de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, ilustres colegas Vereadores, quero
aproveitar este tempo de Liderança, num primeiro momento, para ressaltar e dar
as boas-vindas ao Ver. Idenir Cecchim, ao Ver. João Bosco Vaz, ao Ver. Maurício
Dziedricki, e fazer uma reflexão, uma profunda reflexão.
Vereador Pujol, a Bancada que V. Exª liderava, a
Bancada dos Suplentes, deixa hoje de ser a maior Bancada virtual desta Casa.
Vereador Pedro Ruas, quatro mandatos intercalados, imaginem quatro mandatos
sucessivos, é isso que tem o Ver. Ervino Besson, Vereador que estaria eleito em
qualquer legenda com a sua votação, à exceção da legenda do PDT. Vossas
Excelências não fazem ideia da repercussão humana disso. A repercussão que a
Cidade tem nisso, vocês também não fazem ideia, principalmente deixando boa
parte da população da Vila Nova órfã de representação.
Num segundo momento, eu gostaria de dizer que o
Ver. Pujol falou com toda a propriedade, quando disse que o PT, em função das
situações por que passou na Saúde, e passou por muitas, ele não tem condições
de fazer essa crítica. E eu concordo. Eu concordo. E eu sei que muitos dos
colegas Vereadores do PT também concordam com isso. Agora, nós não temos o
direito, com a Cidade, de repercutir erros iguais ou semelhantes. Nós não
podemos dizer que os servidores públicos do Município são o problema da Saúde
do Município. Nós não podemos dizer que os médicos do Município são o problema
da Saúde. Eles são o início da solução. Nós não podemos repetir erros, como o
Decreto-Lei do Prefeito Raul Pont, que está sendo implementado, agora, com
relação aos trabalhadores do PACS. Os trabalhadores, os motoristas, que faziam
12 horas e folgavam 60, a partir desse Decreto-Lei, passariam a fazer 12 e
folgar somente 36 horas, permitindo que fizessem horas extras. Nós sabemos o
que vai acontecer com o motorista que dirigir por mais de 12 horas. Ele vai
bater com a ambulância.
E a questão do HPV realmente muito nos preocupa.
Muito nos preocupa. O dedo-ponto, no HPV, não é a resolução dos problemas do
Hospital Presidente Vargas. A residência em pediatria, sem nem um residente,
não está assim por mera causalidade, não está assim porque a pediatria está em
descenso. As salas de cirurgia estão daquela forma, como vimos quando fomos
visitar, não por mera casualidade. É fundamental, como já disse aqui o Ver.
Oliboni, que tenhamos muito diálogo, Vereador, e que tenhamos uma profunda visão
de Saúde pública; que possamos colocar o interesse público e o bem comum acima
de tudo; é fundamental que tenhamos empatia para nos colocarmos no lugar dos
servidores, valorizando quem trabalha e quem amplia o acesso aos PSFs e às
UBSs.
Por fim, quero terminar dizendo que, enquanto
estivermos labutando naquele nosocômio, enquanto estivermos trabalhando naquele
Hospital, os servidores podem ter certeza de que eles terão uma voz nesta
tribuna. E não vamos nos intimidar! Enrolar recém-nascido em roupa de bloco não
é comum e não pode ser a regra. Cada pediatra de plantão, na emergência, ter 24
recém-nascidos para cuidar, ao invés de dez, não pode ser a regra. E, por isso,
estaremos aqui sempre falando nisso. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu vou
morrer, mas não vou perder a simplicidade. Eu vou morrer respeitando os meus
semelhantes, e, aqui na Câmara, eu tenho respeitado todos os Vereadores e
merecido o respeito de todos também. Como disse o Ver. Pedro Ruas, desrespeitar
um Vereador seria desrespeitar parte da população. E nós, Pedro Ruas e eu, nos
respeitamos mutuamente; não agora, como Líderes da oposição e do Governo, mas
desde o momento em que ele tornou-se Vereador e eu também.
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, eu
tenho em mãos uma cópia de um pedido de prisão preventiva, pelo Ministério
Público, assinado por quatro Promotores de Justiça, e vejo que nós não teríamos
condição de chegar às conclusões que eles chegaram para pedir a prisão
preventiva dessas pessoas que foram nominadas pela imprensa. O que se vincula à
Prefeitura seria o Marco Antônio Bernardes. É impressionante o que diz o
Ministério Público; nós nunca chegaríamos ao conhecimento do que aqui está.
Por outro lado, nós não temos assessoria, não
temos pessoal capaz de fazer auditoria. Então, como nós vamos chegar a
conclusões? Vamos fazer outra CPI do Detran, que repetiu tudo o que estava no
Ministério Público, tudo o que estava na Polícia Federal e que era de
conhecimento da imprensa? O que aconteceu com a CPI do Detran? Nada. Apenas
discutiram, foram televisionados, e aquela coisa toda.
Por outro lado, há uma preocupação séria, sim,
com os 9,6 milhões de reais que teriam sido pagos - teriam sido pagos não -,
foram pagos indevidamente ao Instituto Sollus. Mas eu quero dizer também que,
lendo a Ata do Conselho de Saúde, que critica o problema do Instituto Sollus,
lá estavam dizendo que a Prefeitura já estava preocupada em pagar algo que não
sabia para onde ia o dinheiro. Mais ainda, o Prefeito abriu sindicância em 29
de abril do ano passado. A sindicância realmente concluiu que houve problema de
9,6 milhões de reais. Desses 9,6 milhões de reais, 4 milhões estavam corretos,
porque tratavam de rescisão trabalhista, e foram aprovados, inclusive, pelo
Ministério Público do Trabalho. Os 4 milhões estão certos. Faltam 5,6 milhões
de reais. E, como disse o Ver. Pedro Ruas, são apartamentos, são propriedades,
enfim, mas nós vamos buscar isso. E como nós vamos buscar? Está sendo elaborado
um processo administrativo para vincular os 5,6 milhões de reais e incluí-los
na dívida ativa. E, uma vez incluídos na dívida ativa de forma correta, não há
como fazer recurso de parte do Instituto Sollus. Então a Prefeitura vai cobrar
na Justiça a dívida ativa de 5,6 milhões de reais. Ninguém estava deixando de
lado essa importância, que realmente é uma importância muito grande para a
Saúde em Porto Alegre, mas acho que importância maior do que essa, do que 9,6
milhões de reais, é o dinheiro que o Presidente Lula deixou de mandar para
Porto Alegre para a melhoria no atendimento da Saúde.
Em 2002, Porto Alegre recebeu 307 milhões de
reais para a Saúde; em 2007 é que esses 307 milhões de reais foram superados
nominalmente. Então nós não podemos falar muito desses 9,6 milhões de reais
como se fossem resolver os problemas da Saúde. Agora, a diferença entre os 307
milhões e os 450 milhões do ano passado, se o valor for reajustado pela
inflação, é de 100 milhões de reais. Ao longo de todos esses anos, a Prefeitura
deixou de receber do Governo Federal 335 milhões de reais, e o Presidente Lula
impediu, e eu ouvi o nosso ex-Vereador Henrique Fontana, Líder do Governo,
impedindo, em 2008, a votação da Emenda Constitucional nº 29, que era
regulamentar, fazendo com que a União desse 10%, que é o que está na
Constituição, para a Saúde - e a União dá quatro por cento. Então, nós estamos
fazendo uma coisa muito grande, é verdade. Se for um centavo, tem que buscar,
porque dinheiro público é dinheiro público! Não é dinheiro do Prefeito, não é
dinheiro do Secretário, não é dinheiro de ninguém: é do público, é dinheiro da
sociedade, tem que ser respeitado. Se for um real, tem que buscar esse real,
porque ninguém tem direito de usar o dinheiro público indevidamente.
E é isto o que eu disse: que não vou perder a
simplicidade. Eu acho que nós não temos condições de fazer um trabalho à altura
do que se pretende. Como eu disse, lendo isso aqui, fiquei impressionado e não
sei como nós chegaríamos a isso. Não teríamos maneira de chegar às conclusões
que aqui estão. Portanto, eu tenho que acreditar no Ministério Público, eu
tenho que acreditar na Polícia Civil, eu tenho que acreditar na Polícia Federal
e, se eu puder colaborar com alguma coisa, se eu puder levar uma informação, eu
levo. Não há necessidade de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito num
ano de eleições. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM:
Sr. Presidente, Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em 1974,
eu tive a felicidade de fazer o vestibular na Faculdade São Judas Tadeu,
juntamente com o nosso Presidente, Nelcir Tessaro, e nos formamos em 1978 no
curso de Administração de Empresas. Depois estudamos na Unisinos e fizemos a
política estudantil lá no Centro Acadêmico do Direito e ganhamos algumas
eleições lá também, onde o Presidente do DCE era o Deputado Ronaldo Zülke.
Ganhamos as eleições, bem ganhas, bem disputadas...
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Não,
nós ganhamos do Ronaldo. Então, é com alegria que eu estou aqui hoje, no
primeiro dia, usando a tribuna, tendo como Presidente o Ver. Nelcir Tessaro na
condução dos trabalhos.
Eu queria fazer, antes de mais nada, um
agradecimento aos Vereadores desta Casa: aos Vereadores da minha Bancada, aos
Vereadores da base do Governo e aos Vereadores de oposição também por esses
quase cinco anos e meio que eu fiquei de Secretário da SMIC. Quero agradecer
àqueles que apoiaram, àqueles que criticaram, àqueles que me ajudaram, e dizer
que eu tive a felicidade de poder tratar com todos os Vereadores desta Cidade,
desta Casa, com muita lealdade e com dedicação.
A Secretaria de Indústria e Comércio do
Município gratifica quem por lá passa. O Ver. Adeli Sell não está aqui
presente, mas eu queria fazer uma saudação a ele também, como meu antecessor e
pela postura e colaboração que ele sempre ofereceu, principalmente no início da
nossa gestão. E quero desejar ao Secretário Valter Nagelstein, que me substitui
agora, que tenha uma profícua gestão na SMIC. É uma Secretaria muito importante
do nosso Município, que se envolve diretamente com a população, que se envolve
com muitos assuntos da Cidade e que, muitas vezes, é uma Secretaria antipática,
porque tem o dever legal de fiscalizar. Mas, na nossa gestão, eu quis dar ênfase
no sentido de ajudar a desenvolver a Cidade e facilitar para o cidadão,
fiscalizar, em nome do cidadão. E eu dou como exemplo maior a luta que nós
tivemos contra as filas bancárias, que, realmente, desrespeitam o cidadão que
precisa do serviço bancário. Multamos os bancos, repetimos a multa, e fechamos
quatro bancos por serem reincidentes. Isso fez com que a maioria das agências
de Porto Alegre resolvesse o problema das filas. Ainda persistem algumas em
alguns bancos, em poucas agências. Se Deus quiser, continuando a fiscalização,
nós não veremos mais essa humilhação a que muitas vezes os clientes são
submetidos.
Eu queria dizer aos meus companheiros Vereadores
e companheiras Vereadoras que eu, como neófito aqui na Casa, vou aprender.
Fiquei assistindo aos meus colegas na tribuna falarem, opinarem, discutirem,
debaterem; eu vou aprender por mais alguns dias. Certamente não vou fugir de
nenhuma discussão, mas tenho muito o que aprender. Com o nosso Líder do
Governo, João Dib, que é o decano de todos nós, certamente eu tenho que
aprender, e com cada um de vocês, que aqui há mais tempo estão.
Quero dizer que é uma felicidade muito grande
para alguém que veio de Ibiraiaras, município lá perto de Lagoa Vermelha, estar
nesta Casa representando uma parte da população de Porto Alegre.
Ver. Pancinha, obrigado pelo seu tempo de
Liderança.
Quero dizer a vocês que é uma alegria muito
grande passar, a partir de hoje, a conviver com cada um de vocês, meus Pares.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado, Sr. Presidente, Ver. Nelcir
Tessaro; colegas Vereadores, Vereadoras; senhoras e senhores; imprensa que nos
assiste, o Ver. João Antonio Dib, do alto de sua experiência, faz uma fala hoje
que, na política, poderíamos dizer que é lamentável, meu querido João Antonio
Dib: querer defender o indefensável. Em primeiro lugar, dizer que esta Casa não
tem condições técnicas de realizar uma CPI é desqualificar a potência de uma
das melhores Câmaras das Capitais e do Brasil. Nós temos aqui todas as
condições políticas e técnicas para fazer toda e qualquer investigação ou
processos de informações de Comissões, e assim o fazemos. Então, primeiro
equívoco: negar uma investigação dos fatos.
Segundo equívoco, Ver. João Antonio Dib: essa
CPI não foi pedida pela oposição e pelo Partido dos Trabalhadores em 2009; foi
pedida em 2007, quando houve a ruptura, e foi contratado, ilegalmente, o
Instituto Sollus. O Ver. Aldacir José Oliboni assim o fez. Foi pedida em 2009,
quando a Empresa Reação veio aqui, e quando o Secretário, nesta tribuna, disse
que estava sendo ameaçado de morte.
E este Vereador, que vos fala, como repeti há
poucos minutos nesta tribuna, disse: temos todos que assinar o pedido de
investigação proposto pela Verª Maria Celeste, porque é um Secretário que está
sendo ameaçado de morte. Se os 26 Vereadores, que são maioria, não tivessem
seguido a orientação política do Prefeito Fogaça, nós teríamos feito a
investigação e talvez pudéssemos ter
evitado esta morte, essa lamentável morte.
Terceiro, Ver. João Antonio Dib: o nosso papel
aqui é de fiscalizar as finanças públicas. E não foram 5,2 milhões, como o
senhor está dizendo; foram 9,6 milhões, já comprovados pela Polícia Federal que
foram roubados dos cofres públicos municipais, na Secretária Municipal da
Saúde.
Portanto, se não é papel da Câmara de Vereadores
investigar o roubo de 9,6 milhões, enquanto os postos de saúde são fechados na
periferia; enquanto faltam médicos e medicamentos; enquanto a população fica
nas filas; enquanto os postos de saúde, como foi o de Belém Novo, ficam 90 dias
fechados... Meu querido Ver. João Antonio Dib, o senhor é nosso professor,
porém, em algumas aulas, não vamos concordar, e, nesta de hoje, não estamos
concordando.
Na política, é o seguinte: ao se fazer uma
investigação onde dez Vereadores de oposição e uma Vereadora de situação já
assinaram, quem vai conduzir todas as informações políticas é a maioria, porque
nós respeitamos a democracia. Quem tem a maioria nesta Casa é a base do
ex-Governo Fogaça, que abandonou Porto Alegre, deixando-a no caos, e, agora, do
Prefeito José Fortunati, do qual o senhor é Líder. Portanto serão vocês que
darão a linha política numa CPI! Não é a oposição! Não é a oposição que vai dar
a linha, nós somos minoria!
Agora, nós vamos exercer, sim, o direito republicano da minoria de dizer para a
maioria: “Nós queremos que esta Casa tenha dignidade”. A imprensa, que aqui
está nos assistindo, como todos os veículos de comunicação, está perguntando:
“E a Câmara não vai investigar? A Câmara vai deixar passar? A Câmara vai se
calar diante do roubo do dinheiro da Saúde ou da morte de dirigentes públicos?”
(Aparte
antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. João Bosco Vaz, eu me refiro a
Porto Alegre - mataram ou não mataram o Secretário Eliseu Santos? Ele veio aqui
nesta Casa, e nós, aqui desta tribuna, dissemos que tínhamos investigar o caso
da Empresa Reação, e os 26 Vereadores da base do Governo se calaram; a oposição
não se calou. E nós queremos fazer esse debate.
Para
concluir, Sr. Presidente - V. Exª como Presidente dos 36 Vereadores -, acho que
deveríamos pactuar aqui que vamos investigar este e todos os casos que
surgirem, que envolvam roubo, e, no caso de morte, que o Ministério Público
investigue, como o belo trabalho que vem realizando, que concluiu como
execução, como queima de arquivo e acerto contas a morte do Secretário. Nós
ficaremos calados? Meu professor João Antonio Dib, a palavra está com V. Exª
Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação a
alteração da composição das Comissões Permanentes. Os Vereadores Idenir Cecchim
e João Pancinha passam a integrar a CEFOR. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
concordam com alteração permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Anuncio que a Ver.ª
Juliana Brizola ficará na CCJ; Ver. João Bosco e o Ver. Maurício Dziedricki
ficarão na CEDECONDH.
O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores da imprensa aqui presentes; nossos telespectadores e ouvintes, também
quero fazer aqui uma homenagem ao Ver. João Bosco Vaz, ao Ver. Idenir Cecchim e
ao Ver. Maurício Dziedricki pelas suas passagens nas Secretarias em que
estiveram envolvidos e pelo trabalho que realizaram. Portanto, deixo nossa
homenagem, em meu nome e no do meu Partido, o PSB.
Com
relação ao debate da CPI, acompanhei, desde o início, aqui na Casa, na tarde de
hoje, e também assinei o Requerimento que busca essa CPI. Assinei e, em
primeiro lugar, quero fazer aqui uma ressalva: eu não sou ingênuo e sei das
dificuldades de uma CPI em qualquer dos Parlamentos brasileiros, e sei também
que, na esmagadora maioria dos casos de CPI no Brasil, houve poucos resultados
concretos. Mas, para mim, os maiores criminosos dentro de uma sociedade e,
especialmente, dentro da sociedade brasileira, são os ladrões de dinheiro
público. Para mim, ladrão de dinheiro público merece, até e inclusive, pena de
morte; isso eu venho dizendo há mais de 25 anos! Tira-se dinheiro do povo
brasileiro, alguns poucos espertalhões o levam, e a nossa sociedade sofre muito
com essas perdas. Esta é a causa dessa assinatura: a gravidade que é o roubo de
dinheiro público num País onde falta muito, e não vou dizer que falte quase
tudo, para não ser tão drástico, mas faltam muitos serviços a serem prestados
para a nossa sociedade.
Quero
também dizer que assinei essa CPI também numa referência toda especial ao meu
particularíssimo amigo, Secretário, Vereador comigo, Eliseu Santos.
Claro
que existem posições divergentes, as quais respeito, mas penso que é um caminho
para buscar verdadeiramente aqueles que surrupiaram o dinheiro da Prefeitura de
Porto Alegre. Tirando-se da Prefeitura de Porto Alegre, está-se tirando
dinheiro daqueles que mais precisam. Por isso assinei. Aliás, eu já mencionei,
há muito tempo, por que uma empresa de Sorocaba vem prestar serviço em Porto
Alegre e sem licitação? Mas será que Porto Alegre ou que o Rio Grande do Sul
não tem uma instituição competente para prestar esse serviço igual ou melhor do
que uma empresa de Sorocaba? Por que e para que Sorocaba, sem licitação? Olha
que trabalho no serviço público, na área de licitação, há quase 40 anos, e
existem muitos problemas, neste País, todas as vezes que não há licitação! O
que se tem é aquela velha cartinha de convite, com a qual se convidam amigos.
Eu não sou ingênuo, tenho 40 anos de serviço público nessa área, sou professor
do assunto há quase 40 anos! É preciso modificar o sistema.
Para
concluir, existe a velha história do sigilo. Sigilo é só para colarinho-branco.
Por que sigilo? Para que sigilo? Vai ver se alguém do nosso povo, que cometer
pequeno delito, se amanhã não estará em algumas páginas dos jornais? Agora,
dois ou três sem sigilo? Não! Está errado! Um abraço a todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o nobre
Ver. Engenheiro Comassetto havia me cedido a palavra no término do seu
discurso, eu pensei que eu poderia continuar. Eu havia dito que eu era um homem
simples, e continuo sendo simples, mas não tão simples que seja capaz de pensar
que, quando o meu amigo - que eu conheci solteiro ainda, noivo da Sonia Santos,
e desde lá era meu amigo; conheci os dois jovens, pouco mais do que
adolescentes - vem a esta Casa e declara que recebeu ameaça de morte, a
realização de uma CPI seria capaz de impedir que este triste acontecimento
viesse a ser realizado numa noite, aqui em Porto Alegre, isso me deixa
realmente preocupado. Se nós somos capazes de fazer o trabalho da Polícia
Civil, se nós somos capazes de fazer o trabalho da Polícia Federal, seríamos
capazes de proteger a vida de uma pessoa ameaçada? Nós não temos, nesta Casa,
condições de proteger a vida dos Vereadores, quando são ameaçados aqui; nossos
Seguranças são diligentes, são capazes, são dedicados, mas não usam armas, não
têm como fazer uma proteção eficiente, só o seu espírito de luta. Por outro
lado, eu, em momento nenhum, disse que esta Câmara não é uma das melhores do
País, não falei isto; por não ter assessoria, por não ter auditoria - é uma
realidade, não é uma ilação que estou fazendo. Não tem, não tem mesmo. Nós não
podemos querer ser diferentes do Tribunal de Contas, que tem pessoal realmente
competente e que contrariou o convênio com o Instituto Sollus, e, poucos dias
depois, por unanimidade, o Parecer daquele que eu acho o mais competente
Conselheiro do Tribunal de Contas, Dr. Helio Saul Mileski, por unanimidade, foi
acolhido, e o convênio com o Instituto Sollus ficou regulado.
Por
outro lado, na Ata que foi distribuída pelo PT - o material do Conselho de
Saúde -, eles diziam que o Tribunal de Contas ajudou a Prefeitura, criticavam o
Tribunal de Contas; então era verdade. Este documento está aqui nas minhas
mãos, constando esta decisão do Tribunal de Contas. Eu não quero diminuir a
Câmara; eu me sentiria mal em uma Câmara que não tivesse expressão, e esta tem.
Esta Câmara foi considerada, várias vezes, a melhor do Brasil, é verdade. Nós
somos econômicos, nós não gastamos os 5% que são permitidos pela Legislação;
nós gastamos 2,5; 2,4; 2,3; 2,6%; e por aí nós ficamos.
Busca-se
colocar uma pessoa capaz, mas nós não temos como. Nós vamos contratar auditoria
fora para fazer o levantamento nas Secretarias? Ou nós vamos trazer pessoas
que, espontaneamente, façam delações? É muito difícil. É por isso que eu, em 39
anos que estou na Câmara, não vi resultados muito positivos nas CPIs que
realizamos.
Essa
CPI de que o Ver. Reginaldo Pujol falou, sobre o incinerador, a Prefeitura está
pagando o incinerador agora, está devolvendo. O Prefeito Fogaça teve que
devolver, acertar o pagamento daquilo que as empresas pagaram ao Departamento
de Limpeza Urbana para instalar um incinerador que nunca foi instalado. Aqui
aconteceu, nós fizemos uma Comissão de Inquérito que não deu em nada! Quebrou a
balança que pesava o lixo; aí, 14ton se pagava por caminhão, com o uso da
balança. Quebrou a balança, passaram a pagar dezessete. Passado um pouco mais
de um ano, a balança foi consertada, voltaram a pagar quatorze. Aí o Prefeito
Tarso Genro faz uma Auditoria na Administração da qual ele foi Vice-Prefeito, e
a Auditoria, por Contadores e pessoal especializado que a Prefeitura tem,
chegou à conclusão de que deveria pedir à empresa - que recebeu os 14 para 17
durante um ano e pouco, que dava um milhão de dólares da época - que devolvesse
o dinheiro. Aí surgiu, na página 03 do jornal Zero Hora: “Não pesamos o lixo,
não emitimos um empenho, não fizemos o recibo, recebemos o que nos pagaram, não
temos nada para devolver para ninguém.” Então desapareceu a Auditoria. A
Comissão Parlamentar de Inquérito sabia. O Ver. Luiz Braz foi à minha casa,
junto com o Ver. Omar Ferri e outros Vereadores, às 6 horas da manhã e
começamos uma reunião para fazer a tal de Comissão de Inquérito. Nós levantamos
todas as coisas, mas não conseguimos nada. Não conseguimos nada! E, depois, a
Auditoria do Prefeito provou que aquilo que a Comissão de Inquérito tinha
conhecimento era verdade.
É
por isso que eu estou dizendo: nós estamos num ano eleitoral; nós temos uma
série de projetos que vêm da Prefeitura, que nós precisamos resolver; nós não
podemos perder mais tempo, não podemos gastar o nosso tempo em algo que não vai
ser útil para o que o Ministério Público está fazendo e que a Política Federal
está acompanhando. Nós não podemos ter mais poder do que eles. E os nossos
Vereadores que são candidatos vão ter que trabalhar nas suas candidaturas.
Então, é bom esquecer a CPI, porque não é a solução, Ver. Ferronato, para um
problema que foi levantado aqui, e que V. Exª assinou o pedido da CPI em
homenagem àquele Vereador que foi Vereador conosco, foi Vereador com o Ver.
Pedro Ruas, foi comigo, foi com o Ver. Luiz Braz, foi com vários Vereadores
aqui; ele foi Vereador depois da sua esposa. Então, eu acho que, em homenagem a
ele, nós devemos deixar àqueles que têm poder de análise façam essa análise e
nos deem as conclusões efetivas, prendendo os responsáveis, quer estejam eles
dentro da Administração Municipal ou fora dela. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra
em Tempo Especial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, como é a minha primeira fala,
eu queria cumprimentar os Vereadores que retornam a esta Casa. Sei que não é
fácil a tarefa do Executivo, e não é fácil sair, também, porque deixamos, com
certeza, muitas políticas - Secretário Cecchim - em andamento, e sempre há
muita urgência no Executivo.
Mas
eu gostaria de dar um retorno aos nobres Pares, em função da autorização, Ver.
Tessaro, eu quero agradecer, de estar afastada da Casa de domingo a
quinta-feira passada, como delegada pelo Estado do Rio Grande do Sul,
representando os Vereadores que estiveram na Conferência Estadual de Educação,
para a etapa preparatória para a Conferência Nacional de Educação, que ocorreu,
agora, na Semana da Páscoa.
Nós
tínhamos lá 2.500 delegados do Brasil inteiro, e tínhamos a grande tarefa de
representar mais de 400 mil pessoas que, em 2009, acumularam os debates para
indicar as diretrizes para o novo Plano Nacional de Educação, um Plano que deve
entrar em vigor no ano que vem e indicar os rumos da Educação brasileira,
diretrizes e metas para 2011, até 2021, dez anos, Ver. Todeschini.
O
atual Plano esgota o seu tempo, e não foi um Plano levado muito a sério; mas há
vários elementos, e não é à toa que foi este o tema da Conferência principal: a
regulamentação do Sistema Nacional Integrado de Educação. Hoje nós temos um
Plano Nacional de Educação, que demanda, determina que Municípios e Estados
realizem planos estaduais e municipais. Nós, em Porto Alegre, não temos o nosso
Plano Municipal, está arquivado, por este Governo já há seis anos. O Estado do
Rio Grande do Sul também não tem o seu Plano Nacional, ou seja, é um exemplo
que a Federação não subordina, que leis não subordinam, e a autonomia dos
federados não permite um realizar integrado das metas de Educação.
Então,
esta foi uma das grandes decisões da Conferência, terá que haver regulamentação
institucional, ou constitucional, de algum tipo de subordinação dos entes
federados às grandes decisões nacionais, à constituição de um fórum nacional de
Educação que deve acompanhar a execução desse Plano Nacional de Educação e à
execução pelos Municípios, que deve se responsabilizar pelas conferências que
vão acontecer uma, pelo menos, a cada quatro anos, e que têm que acontecer nos
Municípios e nos Estados.
A
Conferência indicou, muito fortemente, com a presença do Ministro e do
Presidente Lula, na quinta-feira, também, que nós precisamos aumentar os
recursos na Educação brasileira. E aumentar de quatro ou cinco, perto de cinco,
que estará este ano, para 7%, e, em 2014, chegar a 10% do Produto Interno Bruto
do País. E a Conferência indica a fonte, que é 50% do Pré-Sal ser destinada à
Educação. Esse é o acúmulo na sociedade brasileira, do País inteiro, de todos
os Estados indicando que ou o Brasil coloca mais recursos na Educação ou não
alcança um outro patamar de desenvolvimento.
E
vários outros aspectos da Educação foram tratados. Um tema que, para nós, é
polêmico, mas que é muito caro aos alunos de escola pública, é a determinação
de além da ampliação, Ver. Airto Ferronato, das vagas nas Universidades
públicas. Há indicação de que 50% dessas vagas sejam reservadas a alunos de
escola pública. Isso saiu muito fortemente nessa Conferência e deve fazer parte
do Plano Nacional de Educação, que a Câmara Federal vota este ano; o Governo
deve elaborar, e a Câmara deve votar para viger a partir do ano que vem.
O
tema do piso salarial profissional nacional também, aqui no Estado, é uma
grande polêmica, e o Presidente Lula se comprometeu com uma mesa de negociações
para aplicação do piso salarial profissional nacional. Houve uma grande
mobilização dessa Conferência pela aplicação do piso para os professores. O
reajuste considerado pelo Governo Federal deve estar em 1.024 reais, no início
deste ano, até 40 horas para o professor - vamos lembrar que o piso salarial do
professor estadual, no Rio Grande do Sul, está em 370 reais para 20 horas; se
duplicarmos, nós temos 700 reais. Portanto, não está muito longe de cumprir o
piso. Bem diferente. E houve protesto nessa Conferência Nacional, protesto em
relação aos cinco governadores que questionaram, na Justiça, o piso salarial e,
entre eles, lamentavelmente, está a nossa Governadora. E ganharam uma liminar
de uma parte da Lei do Piso, mas a Lei continua em vigor, e o que se quer é o
cumprimento na sua integralidade.
Sobre
o Ensino Médio, concluindo, só 21% da população com mais de 25 anos tem Ensino
Médio no País. E hoje o Ensino Médio é a condição mínima para o ingresso em
qualquer empresa; portanto, precisa de um grande aporte.
E
foi indicado, sim, que tem de ter transporte para o Ensino Médio, subsídio para
os jovens, porque o jovem, filho de trabalhador, não consegue o sustento, estar
fora do mercado de trabalho e continuar estudando. Isso não acontece nem no
Ensino Médio, o que dirá numa universidade.
Então,
o Ensino Médio foi um capítulo muito fortalecido nessa Conferência, deve vir no
Plano Nacional de Educação. E fica para nós a tarefa de tensionarmos o Governo
Municipal. Nós precisamos que o nosso Plano venha para cá, para que esta Câmara
de Vereadores vote. Nós podemos ser uma das melhores Câmaras de Vereadores, e
temos de cobrar do Executivo, pois é uma das nossas tarefas, e Porto Alegre
merece o seu Plano Nacional de Educação.
Quero
agradecer pela Representação que fiz, foram cinco dias intensos de trabalho –
manhã, tarde e noite - mas que nos deram uma rica experiência, e acho que para
o Brasil também, com grandes indicações de mudanças na Educação. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não há mais inscritos para o período de
Comunicações.
Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
REQUERIMENTOS - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 019/10 – (Proc. nº 1166/10 – Ver.
Beto Moesch) – requer seja o período de
Comunicações do dia 14 de junho destinado a assinalar o transcurso do 120º
aniversário do Colégio Anchieta.
REQ. Nº 022/10 – (Proc. nº 1189/10 – Ver.
Airto Ferronato) – requer seja o
período de Comunicações do dia 21 de junho destinado a assinalar o transcurso
do 40º aniversário da Faculdade São Judas Tadeu.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação os Requerimentos nº 019/10,
de autoria do Ver. Beto Moesch, e nº 022/10, de autoria do Ver. Airto
Ferronato. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADOS.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a retirada de
priorização do PLL nº 055/09, de minha autoria, da Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento, de autoria do
Ver. Adeli Sell, solicitando a retirada de priorização do PLL nº 055/09.
(Pausa.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, eu não
sei se, sobre esta matéria, nós temos que decidir...
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): É verdade, o senhor tem razão, nós já
discutimos - Liderança -, não há mais retirada de priorização, somente
adiamento. Ver. Adeli Sell, o senhor deseja adiamento deste Projeto?
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Adeli Sell, solicitando o adiamento
da discussão do PLL nº 055/09 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 088/09 – (Proc. nº 2837/09 – Ver. Engenheiro
Comassetto) – requer Moção de Repúdio pelo fechamento do posto de
pronto atendimento de saúde de Belém Novo.
Observação: Encaminharam a matéria os
Vereadores C. Todeschini, J. C. Nedel, E. Besson, A. Ferronato e Dr. Thiago
Duarte (Gov.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento nº 088/09, de
autoria do Ver. Engenheiro Comassetto. O Ver. Engenheiro Comassetto está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 088/09.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Nelcir Tessaro; colegas
Vereadores; senhoras e senhores; população de Porto Alegre, o debate deste
Requerimento é óbvio que já está defasado, porque, na época, nós não
conseguimos realizar o debate e tirarmos aqui um ajuste e uma responsabilização
sobre o tema da saúde lá no Extremo Sul. Como o tema e o grande debate aqui foi
saúde, eu quero aqui recapitular a todos que o posto de saúde lá do Belém Novo
foi fechado sem nenhum aviso prévio à população, ficou 90 dias fechado,
orientou-se para ser transferido para outra casa, mas não tinha outra casa, não
tinha recurso no Orçamento, e nós fomos lá, Dr. Thiago - trabalho que o senhor
conhece muito bem na região - numa madrugada, com filas de pessoas chegando, e
tinha uma plaquinha que dizia para se dirigir ao posto que V. Exª atende
lá no Lami - Belém Novo ou Lami são 20 Km - e tinha outra plaquinha, dizendo:
“Se não puderem ir ao Lami, vão à Ipanema”. Mais 20 quilômetros 15 ou 18
quilômetros. Como que uma pessoa chega com uma criança no colo, como foi aquele
dia lá, com quarenta graus de febre, encontra o posto fechado, sem nenhuma estrutura?
O Sr. Marino, lá da Ponta Grossa, aqui presente, sabe o que significa isso, é
da região. Simplesmente, na época, a política da Secretaria Municipal de Saúde
era fechar os postos para, depois, encontrar a solução. E nós continuamos aqui
com o debate dos 9,6 milhões de reais que foram desviados do Programa de Saúde
da Família, e as estruturas da Saúde em decadência. O Prefeito José Fogaça
anunciou que iria construir 200 novos PSFs, mas renunciou, abandonou Porto
Alegre e não construiu nenhum PSF. E fatos como esses de Belém Novo ocorreram
em toda a Cidade: fechamento dos postos de saúde no Partenon, na Lomba do
Pinheiro, em Belém Novo, na Zona Norte, sem contar, Ver. Dr. Raul - V. Exª, que
é um militante da Saúde, do mesmo Partido do ex-Prefeito José Fogaça - que o
Prefeito abandonou Porto Alegre, e querer dizer que, agora, vai que pacificar o
Rio Grande... Hoje tem doze Partidos que apoiaram a reeleição para Porto
Alegre, mas ele saiu somente com um Partido, ainda pela metade.
Portanto, então, Ver. Dr. Raul, nós temos de
analisar, sim; eu mantive esse Requerimento, mesmo já tendo sido solucionado o
problema de Belém Novo, porque nós temos de fazer uma reflexão. Quando um
Gestor público deixa acontecer situação como essas, e o dinheiro que vem do Governo
Federal para investir na Saúde de Porto Alegre é desviado, nós temos ou não
temos de investigar? A Câmara de Vereadores precisa ir a fundo nisso ou não
precisa ir a fundo? Nove milhões e 600 mil reais saíram pelo ralo. Quem levou?
(Aparte antirregimental do Ver. Haroldo de
Souza.)
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. Haroldo de Souza, membro do PMDB do
ex-Prefeito Fogaça, que abandonou Porto Alegre: o que é que tem a ver com o
posto de saúde de Belém Novo? É a Saúde da Família, lá são as Equipes da Saúde
da Família em Belém Novo, foi fechado, e o dinheiro foi desviado. É isso que
nós estamos discutindo aqui. É isso que tem de ser analisado aqui.
Portanto, eu peço a todos colegas Vereadores,
como uma análise crítica daquele problema que a população de Belém Novo e do
Extremo Sul vivenciaram, que venhamos a votar aqui o Requerimento como uma
situação de autocrítica da Gestão da Saúde de Porto Alegre. Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 088/09.
O SR. DR. RAUL:
Ver.
Nelcir Tessaro, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, todos os que nos assistem, em relação a esta matéria aqui
levantada, esta Moção de Repúdio, através deste Requerimento, que já vem de há
muito tempo, nós tivemos a oportunidade de acompanhar o que ocorreu com essa
Unidade. Era uma Unidade que tinha problemas muito antigos de estrutura, e,
quando nós, da Comissão de Saúde, lá estivemos, verificamos realmente a
precariedade em que se encontrava, porque, em função de problemas naturais,
vamos dizer assim, de estrutura, pela fadiga dos materiais, havia grandes
rachaduras nessa Unidade, colocando em risco não apenas a saúde da população,
mas a vida das pessoas que estavam ali sendo atendidas.
Então, entre a vida das pessoas e o atendimento
do dia a dia, nós teríamos, com certeza, que priorizar a vida das pessoas. Não
poderíamos correr o risco de, durante o atendimento de uma criança, que uma
parede caísse por cima. Isso seria totalmente inaceitável.
Eu, inclusive, além de médico de Saúde Pública,
sou médico do Trabalho e não poderia ser conivente com uma situação daquele
tipo. É claro que houve um certo atraso no sentido da recondução dessas
pessoas, e nisso, realmente, não é um Partido A, B ou C... As coisas públicas,
as licitações, o encontro de locais adequados para transferir Unidades de Saúde
não se faz de um dia para o outro. Então, evidentemente, esse assunto levou um
pequeno tempo até ser resolvido, e ele foi resolvido, não da melhor maneira,
porque a casa onde se colocou a Unidade não é, com certeza, a mais adequada.
Agora, quanto à reforma preconizada, que é, realmente, a solução, estão sendo
tomadas as medidas adequadas.
Em termos do Programa de Saúde da Família, o
Governo Fogaça fez muito mais do que foi feito naqueles 16 anos que o
antecederam. Ele mais do que dobrou as equipes de Saúde da Família. Essa é a
realidade da nossa sociedade aqui em Porto Alegre, e está encaminhado para este
ano projeto no sentido de que, no mínimo, mais 35 equipes do Programa de Saúde
da Família sejam programadas, e isso está sendo colocado agora como prioridade
através também da Fundação do Instituto de Cardiologia, que está à frente do
Programa de Saúde da Família em Porto Alegre. Então, nós estamos numa situação
que, certamente, não é a ideal, como não é ideal a Saúde Pública em todo o
nosso País. Nós sabemos que o nosso Governo Federal nunca priorizou a Saúde;
sabemos que teríamos que ter dez por cento do Orçamento para a Saúde, e
chegamos no máximo a quatro por cento. E “cobertor curto” é difícil; quando se
tem um orçamento a cumprir com aquelas questões do dia a dia, se esse orçamento
é 40% do que se precisa, a gente vai acabar resolvendo as prioridades e, infelizmente,
não consegue ter aquela qualidade necessária nas estruturas. É evidente que
todos temos que lutar pela priorização da Saúde no País, para que, realmente, a
Emenda nº 29 seja aprovada na sua integralidade, para que aqueles 40 bilhões
que nós tínhamos há dois, três anos, com a CPMF, que o Presidente Lula queria
que 20 bilhões fossem para a “bolsa-isso”, “bolsa-aquilo” e não para a Saúde -
essa era a negociação que se propunha no momento, e, na realidade, a comunidade
brasileira colocou-a para fora do nosso regime tributário -, se fez, vamos
dizer, uma ação tributária que tirou o dinheiro para a Saúde. Infelizmente,
naquele momento, talvez, em termos sociais, em termos de ideologia, o melhor
seria não ser conivente com a situação da CPMF, mas isso, objetivamente,
retirou um grande número de recursos para a Saúde Pública no País, no mínimo 20
bilhões por ano. Agora teremos uma oportunidade ímpar, aí pela frente, de
priorizarmos efetivamente a Saúde não só no discurso, mas na prática, porque
haverá mudanças estruturais neste País, e esperamos que elas aconteçam e que,
realmente, a Saúde pública venha a ser priorizada e valorizada. E Porto Alegre
deu, realmente, um indicativo de que acredita na estratégia da Saúde da
Família. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 088/09, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Tessaro, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, de fato
esta é uma situação resolvida, mas que, realmente, penalizou a população
durante um período muito longo, Ver. Dr. Raul, e eu quero, aqui, discordar de
uma questão. É verdade que em Saúde sempre é pouco o recurso - como também em
Educação -, mas, neste caso, a gente tem um problema de gestão muito sério,
porque várias outras situações de postos e reformas estão sob suspeita. No
Ministério Público, há uma denúncia das reformas dos postos de saúde em que foi
feita, pelo então Secretário Eliseu, Ver. Oliboni, uma maquiagem, um custo
muito maior do que apareceu de obras... Nós estamos com a Unidade de Saúde da
Vila Vargas fechada há dois anos. Esses dias havia uma foto no jornal e dizia
“Aniversário sem parabéns”, porque já são dois anos de fechamento de um posto.
Por outro lado, há muitos recursos chegando na
Prefeitura de Porto Alegre e que não são utilizados. Nós, na Frente Parlamentar
da AIDS, o Ver. Dr. Thiago Duarte sabe, vemos que há mais de dois milhões de
reais na conta da Prefeitura que não estão sendo utilizados para a prevenção da
AIDS - Porto Alegre tem o maior índice de incidência de AIDS. Então, nós temos
problemas na gestão da Secretaria de Saúde.
Eu queria dizer ao Ver. Dib, que infelizmente
não está, e a todos os Vereadores que nós não temos que substituir nenhuma
outra instituição; o Ministério Público faz a sua tarefa, a Polícia faz a sua.
A Polícia Civil fez a sua tarefa, e, quando o Ministério Público pegou o
material da avaliação da morte do Dr. Eliseu, ele fez uma leitura diferente
daquela que a Polícia Civil fez. Portanto, Ver. Bernardino, as várias
instituições trabalhando são fundamentais, autônomas e fortes.
Agora, quem dá conta da gestão da Saúde, Ver.
Pujol? Eu tenho aqui alguns elementos. Quando veio para cá a questão da Reação,
tínhamos uma fala muito forte do seu responsável, o Sr. Mello, em que ele dizia
ser penalizado todo mês, que não recebia ou recebia atrasado, não conseguia
pagar os trabalhadores, que ele assumiu na Secretaria, e ela orientou o
aditamento de mais 16 postos, e esse aditamento de 39 para 55 foi realizado dez
meses depois. Se isso não é
um problema sério de gestão! Quer dizer, tu amplias 16 postos, colocas
funcionário para fazer a segurança - a empresa pode ser suspeita, pode ter um
monte de problemas -, dez meses depois, Ver. Nilo, foi feito aditamento. Então,
como é que paga? Tem tudo comprovado por escrito. No final, quando vai ser
substituída a Reação - a Reação veio em maio -, sabe o que estava acontecendo?
Desde janeiro, Ver. DJ, a Reação mantinha a segurança nos postos e não tinha
contrato para isso. Então, era janeiro, fevereiro, março, abril, sem suporte de
contrato. Isso é descabido em gestão pública! E essa, talvez, seja uma das
razões pela qual foi assassinado o Secretário, porque a Reação queria receber
quase um milhão de reais para pagar os atrasados dos funcionários e não
recebeu, porque não tinha base legal para a Secretaria pagar; mas a Secretaria
usou os serviços e encaminhou que servisse! Então isso, Ver. Bosco - que é
Secretário; eu fui Secretária -, nós jamais podemos fazer! Temos uma empresa
trabalhando sem o suporte, o contrato - não tem como fazer.
Acho
que, quando a Casa faz uma moção para abrir um posto de Saúde de novo, quando
ela faz uma visita, quando ela faz uma reunião da Saúde, ela está incidindo
sobre a gestão da Saúde. Quando a gente faz frentes parlamentares é para
dinheiro público não ficar parado, é para acertar processos de gestão. Nesse
caso da Saúde, tanto em função da situação da Reação quanto da situação da
Sollus, não houve mudança na gestão, não houve mudança! E, na sindicância feita
sobre a Reação, a Secretaria chega à conclusão, e o ex-Vereador Eliseu Santos
assina pelo arquivamento, dizendo que não está nada comprovado, que a Empresa
está, digamos assim, descredenciada. Na Sollus, também, o Secretário Eliseu
assinou pelo arquivamento. Ou seja, nenhuma mudança na gestão da Secretaria.
Esta
Moção, Ver. Nilo, traz à responsabilidade nossa de Câmara, com a independência
e autonomia, João Pancinha, de incidir sobre uma gestão que não é boa para a
Saúde, não é boa para Porto Alegre - esse é o tema. Eu encerro, Ver.
Comassetto, dizendo que nós devemos retirar essa Moção, porque o caso está
elucidado, e não tem sentido a Câmara votar algo que não tem mais objeto.
Sugiro que a nossa Bancada o faça.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, nós estamos discutindo a
questão da Moção, especificamente, ou da CPI? Eu estou confuso, Presidente;
ajude-me, por favor. Obrigado.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Apenas esclarecendo, Presidente, eu dei
vários exemplos de problemas de gestão e acho que isso faz parte uma
argumentação, tanto que V. Exª não me interrompeu, porque havia uma sequência.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está registrado.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Requerimento):
Sr. Presidente, como
essa Moção nós a construímos há dois anos, e deu para perceber que o debate
sobre a Saúde continua, por coerência, e como já mudou, inclusive, o gestor
público da Saúde, eu requeiro que seja retirado de votação o Requerimento nº 088/09.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Engenheiro Comassetto, que requer a retirada de votação do Requerimento nº
088/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, eu não sei se é Questão
de Ordem, mas eu só queria dizer que estava na programação de hoje a votação do
meu Requerimento quanto a uma Moção de Repúdio ao Presidente Lula a respeito de
umas insinuações que ele fez contra a Brigada Militar, no mês de setembro do
ano passado. Eu cheguei aqui antes dos trabalhos e retirei, simplesmente, esse
Requerimento de votação. Eu pergunto: Se iriam retirar o Requerimento de
autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, por que usaram o plenário? Eu queria
recomendar ao Ver. Engenheiro Comassetto, com toda a sinceridade, que se ele
quer aparecer - é um ditado bastante antigo -, que amarre uma melancia no
pescoço e desfile pela Rua da Praia, que vai render muito mais para ele.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Feito o registro.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 091/09 – (Proc. nº 2948/09 – Verª Fernanda
Melchionna) – requer Moção de Solidariedade ao Sindicato dos
Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul pelo reconhecimento profissional
e direitos da categoria contra decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal
que determinou o fim da exigência de diploma para o exercício profissional de
jornalismo.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento nº 091/09, de
autoria da Verª Fernanda Melchionna. (Pausa.)
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, a Verª Fernanda
Melchionna não está no plenário. Quem sabe adiamos a votação?
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Ver. Toni Proença, a Vereadora não fez
Requerimento de adiamento.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento nº 091/09, de
autoria da Verª Fernanda Melchionna. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 020/10 – (Proc. nº 1182/10 – Ver. Dr.
Thiago Duarte) – requer Moção de
Solidariedade à proposta de trote solidário promovida pelos alunos da escola de
Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento nº 020/10, de
autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 020/10.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Nelcir Tessaro; ilustres colegas
Vereadores; ilustre público que nos assiste pela TVCâmara e nos ouve pela Rádio
Web, eu vou sintetizar todo o nosso pensamento com relação a essa Moção de
Solidariedade à proposta do trote solidário feito pelo Centro Acadêmico
Sarmento Leite da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a qual
frequentamos por sete longos anos - eu sou Médico oriundo da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul -, que promoveu o trote solidário em conjunto com
o Simers - o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul - Secção Estudantil. Hoje, o
Simers é composto por uma Diretoria bem vasta, com as mais amplas tendências
partidárias e dos segmentos médicos, e um desses segmentos é o estudantil, o
segmento acadêmico e o segmento da residência médica; residência médica essa
que está muito preocupada com o outro assunto que nós mencionamos aqui, qual
seja, do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, que, inclusive, esteve
representado na visita que foi protagonizada pelo Ver. Aldacir Oliboni à frente
da Comissão de Saúde.
Essa
nossa Moção vem no sentido de realmente enfatizar esses atos e fazer com que
ele se torne rotina na imensa maioria, senão em todas, universidades
brasileiras, tem como sentido apoiar esse tipo de atitude, que realmente é
nobre, que enobrece, no caso, os cursos que acabarem aderindo a isso, que
enobrece a atividade universitária, enquanto atividade de ensino, de educação,
e que realmente vai contra esses atos de vandalismo que são contrários à
cidadania, como, por exemplo, os atos que acabamos vendo, que acabamos
testemunhando, nesse final de semana, pelas redes de televisão, em que
moradores de rua foram pintados e humilhados por pessoas que não têm a noção
das coisas.
Então,
a Moção tem este condão de incentivar essas ações e que possamos, juntos,
protagonizar atos de solidariedade. Lembro aqui o projeto do Vereador João
Pancinha, com relação ao Banco de Medula, ao Banco de Pele, Ver. Dr. Raul.
Então, que possamos, a partir disso, patrocinar doações de sangue, que
possamos, a partir disso, recolher alimentos, recolher donativos que possam
reverter em favor daqueles que mais precisam.
Um
forte abraço aos acadêmicos de medicina da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, ao Centro Acadêmico Sarmento Leite e, principalmente, ao Núcleo
Estudantil do Simers e ao próprio Sindicato Médico, presidido muito nobremente
pelo Dr. Argolo. Um abraço, e que possamos ter isso, sim, como exemplo de
solidariedade e de ação dos nossos acadêmicos. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento nº 020/10, de
autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregoamos
o PELO nº 002/10, de autoria da Mesa Diretora, que altera o inc. IV do art. 68 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, dispondo sobre a
licença-gestante de Vereadoras.
Apregoamos o PR nº 010/10, de
autoria da Mesa Diretora, que altera o
inc. III do art. 218 e o § 1º do art. 227, inclui § 3º nesse artigo, ambos da
Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 - Regimento da Câmara Municipal de
Porto Alegre -, e alterações posteriores, dispondo sobre a licença-gestante e
sobre descontos do subsídio mensal do Vereador, e revoga os incs. V e VII do
art. 25 dessa Resolução, suprimindo atribuições do 1º Secretário.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 136/09 – (Proc. nº 4176/09 – Ver.
Engenheiro Comassetto) – requer Moção
de Solidariedade ao Projeto de Lei nº 5584/09, de autoria do Deputado Federal
Fernando Marroni, com vistas à distribuição dos royalties do petróleo entre
todos os municípios e estados brasileiros, e ao Projeto de Lei nº 5891, sobre o
marco regulatório do Pré-Sal, proposto pela Federação Única dos Petroleiros e
pela Central Única dos Trabalhadores.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o
Requerimento nº 136/09, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto. (Pausa.)
Apregoamos
o Requerimento dos Vereadores Bernardino Vendruscolo, Idenir Cecchim e outros.
Os Vereadores signatários solicitam que seja aditado ao Requerimento nº 136/09,
Processo nº 4.176/09, para incluir, como destinatário da Moção em questão, o
Deputado Federal Ibsen Pinheiro, pela sua luta pela distribuição equânime dos royalties do petróleo aos Estados e
Municípios brasileiros.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, eu acho
que o aditamento seria pertinente, mas quero ressaltar que a Casa já votou e
aprovou uma Moção de Solidariedade à posição do Deputado Ibsen Pinheiro. Nós
encaminhamos para Brasília essa posição. Penso que, se está na ocorrência, Sr.
Presidente, o aditamento tem sentido, acho que seria até um Substitutivo. Eu
não posso apoiar uma proposta que já foi derrotada. Tenho que aprovar uma
proposta que foi vitoriosa e que está de acordo com as nossas posições.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Para esclarecimento: não houve essa
votação ao Deputado Ibsen Pinheiro, ainda.
O SR. REGINALDO PUJOL: Não houve?
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não houve. Por isso este aditamento.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Questão de
Ordem): Sr. Presidente.
Ver. Reginaldo Pujol, na verdade, quando foi criado este Projeto de Lei pelo
Deputado Federal Fernando Marroni, ainda não existia esse movimento do Deputado
Ibsen Pinheiro, porque o Governo mandou um Projeto do Executivo que, inclusive,
acabou capitaneando todos os outros Projetos dos Parlamentares que
encaminharam. E o que o Deputado Ibsen fez foi uma Emenda ao Projeto do Governo.
Portanto a Emenda do Deputado Ibsen está diretamente relacionada e de acordo
com essa linha colocada que é a distribuição dos royalties entre todos os...
Eu
inclusive posso retirar, para fazer uma Moção em conjunto, incluindo essa
política do Dep. Ibsen Pinheiro, porque foi um movimento feito por vários
Deputados. Aqui neste caso, o Deputado Beto Albuquerque também fez um movimento
neste sentido, o Projeto do Deputado Marroni, a Emenda do Deputado Ibsen, o
Projeto do Governo Federal que acabou... Não tem problema, eu posso retirar
agora, no sentido de nós construirmos uma outra em comum, contemplando todos
que trabalharam neste sentido. Muito obrigado.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, essa foi uma decisão que
os Líderes tomaram hoje na reunião de Mesa, e me parece que nós estamos
contemplando ambos, é só por uma questão de tempo.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Mas se o autor da proposta entender em
continuar, coloco em votação ou retiro, Vereador?
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Questão de
Ordem): Sim, Sr.
Presidente, aceitamos que seja incluído o aditamento dos colegas Vereadores e
votamos. Aí o trabalho não é de um só, é de vários. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento n° 136/09, com
aditamento. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento n° 136/09, com aditamento.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras;
aqueles que nos assistem pela TVCâmara; aqueles que nos ouvem pela Rádio Web;
Ver. Ferronato, que é o Coordenador, aqui na Câmara, da Frente Parlamentar pela
Distribuição dos Royalties do
Pré-Sal, uma riqueza, mais que uma riqueza, um tesouro incomparável deste País.
Hoje,
na economia brasileira, o petróleo representa 10% do PIB, Ver. Ferronato; com o
Pré-Sal isso vai dobrar, chegará a 20%; portanto nós teremos um impacto
altamente significativo para a economia, na vida das pessoas e no
desenvolvimento. Tem mérito todo o debate que está sendo feito nesta direção,
que diz respeito à destinação desses recursos. Não é justo que esse recurso
fique apenas com os Estados que possuam um mar territorial de abrangência do
Pré-Sal. É necessário, sim, que esse recurso seja investido nas grandes
necessidades do Brasil. E o Presidente Lula muito bem fez em retomar o controle
estatal sobre o petróleo, diferentemente do que quis fazer, no passado, o
Governo Fernando Henrique, os governos neoliberais do Brasil, que pretendiam
conceder e deixar para a Nação brasileira, para os brasileiros, para nós apenas
uma pequena fatia, relativa aos impostos. Essa retomada do controle público
sobre as reservas de petróleo vai render aos cofres públicos brasileiros uma
fortuna, ou melhor, um tesouro na ordem de, no mínimo, 7 trilhões de dólares,
podendo ir a 20 trilhões de dólares. Isso é muito dinheiro e vai fazer a
diferença, porque vai produzir uma possibilidade de investimento sem
precedentes em Educação, Ciência e Tecnologia, desenvolvimento e outros
movimentos que ainda estão em busca, como por exemplo, a própria questão da
Saúde. Vai colocar o Brasil numa situação diferencial no mundo. Esse Projeto
apresentado é discutido com o conjunto dos trabalhadores, com a CUT, com o
Sindicato dos Petroleiros, apresentado pelo Deputado Fernando Marroni. E depois temos o Projeto apresentado pelo Deputado Ibsen Pinheiro, que já foi
aprovado pela Câmara, porém ainda não foi aprovado no Senado, que faz um
diferencial, sem nenhum privilégio às áreas banhadas pelo Pré-Sal em seu
território. Ele faz uma ideia de distribuição equitativa em todo o Território
Nacional.
Eu
penso que este é um tema da mais alta relevância, que tem que ser debatido,
deve ser aprofundado, porque diz respeito a nós, Câmara de Porto Alegre, à
nossa Cidade, mas também diz respeito a todos os brasileiros.
Portanto,
a proposta de Moção de Solidariedade encaminhada ao Deputado Fernando Marroni e
agora também extensiva ao Projeto do Deputado Ibsen Pinheiro. Este sim é um
papel altamente relevante do Parlamento, porque é ele que tem que decidir.
Aliás, o Presidente Lula delegou ao Parlamento brasileiro resolver a destinação
desses recursos, e é esse o nosso papel e por isso que o tema é relevante no
debate que estamos fazendo e que não está concluso, ele vai ainda ter uma
caminhada pela frente.
Então,
venho aqui também para me solidarizar com a Moção proposta pelo Ver. Engenheiro
Comassetto, tanto em relação ao Projeto do Deputado Fernando Marroni bem como
ao Projeto já aprovado na Câmara Federal pelo Deputado Ibsen Pinheiro, que aqui
também participou conosco na Legislatura passada. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 136/09, com aditamento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu
dialogava com o meu colega de Bancada, Líder do Partido Socialista Brasileiro,
a respeito deste tema. Em verdade, temos hoje, no Brasil, discutido fortemente
a forma mais justa de distribuir os futuros resultados do Pré-Sal, quando, no
momento, Ver. Todeschini, temos que saber como é que vamos suportar as despesas
para que o Pré-Sal deixe de ser uma riqueza em potencial e passe a ser uma
riqueza verdadeira.
Os
prognósticos são os melhores. Aliás, acho que, com relação a isso, Ver.
Bernardino Vendruscolo, todos têm o direito de festejar. Eu, por exemplo, sou
um dos remanescentes da Aliança Renovadora Nacional - a Arena -, e acho que
somente o Ver. Dib, entre os presentes, me acompanhou; sabemos que hoje só tem
o Pré-Sal porque, um dia, o Governo da Arena criou as 200 milhas marítimas,
onde existe o petróleo. Então, todos nós temos que festejar esse fato.
Agora
não podemos ficar numa discussão histérica a respeito de como é que vamos
distribuir igualitariamente, se, antes disso, temos que investir da forma mais
correta possível. E quando há um investimento feito pela Petrobras, é um
investimento de todos os brasileiros. Nós sustentamos a Petrobras, nós criamos
as condições para se ter os bons lucros que tem. Não é só eficiência, é o fato
de que nós todos, brasileiros, somos levados a pagar a gasolina mais cara do
mundo, porque, em cima da gasolina, em cima do óleo diesel, em cima do querosene, há uma carga tributária muito pesada.
Então, é com esses recursos que vamos deslanchar o Pré-Sal. Nós vamos pagar
ainda dois, três, quatro, cinco anos esse investimento, e, depois, vai haver o
resultado. Assim, o resultado, quando ocorrer, tem que ser distribuído
igualitariamente por todos os brasileiros que ajudaram a produzir esse
resultado, e, nessa linha, acho que a Emenda do Deputado Ibsen Pinheiro, que
alguns entendem equivocada, errada, que gera a grande grita do Governador do
Rio de Janeiro, que gera, inclusive, algumas reclamações internas do Rio Grande
do Sul, do meu amigo Prefeito de Osório, o Romildo, que está contra, é natural.
As Prefeituras de Tramandaí, Imbé, Cidreira e Rio Grande estão contra, mas o
resto dos Municípios do Estado está a favor, e o Estado está a favor. Então
acredito que, no Senado, vai haver algumas acomodações.
Manifestar
a nossa posição solidária ao Deputado Ibsen Pinheiro, nesta hora, é muito
importante, porque coincide com o fato de, há alguns dias, ele ser considerado
um judas no Rio de Janeiro. O judas para o carioca é o defensor da boa causa
para nós, gaúchos, e especialmente para nós, Vereadores de Porto Alegre que,
acredito, por unanimidade, vão apoiar a proposta do Ver. Comassetto, com o
aditivo formulado por vários Vereadores, entre os quais tive a possibilidade de
ser um dos mais simples signatários, mas me incorporei ao movimento.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir
Tessaro): Em votação uma
alteração na composição de Comissões Permanentes: o Ver. Mauro Zacher passará a
integrar a CCJ, e a Verª Juliana Brizola a integrar a CECE. Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a
votação do Requerimento nº 136/09, com aditamento.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vamos fazer
o nosso registro pela aprovação do Requerimento do Ver. Comassetto, com o
aditamento que agora se está propondo. Eu não poderia deixar de estar aqui para
registrar que certamente foi a Câmara de Porto Alegre o primeiro Parlamento
brasileiro - se não foi o primeiro, certamente foi um dos primeiros - a falar
sobre os royalties do petróleo e do
Pré-Sal, exatamente na mesma ideia proposta pelo Deputado Marroni e pela Emenda
do Deputado Ibsen. Essa foi exatamente a nossa posição.
Amanhã
à noite, na Fundação Getúlio Vargas, aqui em Porto Alegre, na Av. Praia de
Belas, nº 1510, haverá uma palestra aberta ao público, que vai tratar sobre o
Petróleo, sobre o Pré-Sal. Então, estamos informando este Evento, até porque eu
já havia recebido uma comunicação sobre o Encontro; amanhã à noite acho que é
um belo momento que se tem para discutir, na Fundação Getúlio Vargas, sobre o
tema. É isto aí. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 136/09, com adiantamento.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, queremos dizer que esta
proposição que foi trazida aqui a esta Casa pelo Deputado Fernando Marroni -
faça-se justiça -, hoje já é um tema encampado por quase todos os Partidos do
Rio Grande do Sul. Cito aqui, no mínimo, o Deputado, nosso ex-colega aqui,
Ibsen Pinheiro, que construiu a Emenda ao Projeto do Governo Federal; o
Deputado Beto Albuquerque - enfim, vou cometer uma injustiça aqui não citando o
nome de todos que se envolveram e que defendem esse tema. Mas quero registrar
duas questões. Sobre o Projeto do Pré-Sal, o Governo Lula tomou uma orientação
política, no seu primeiro mandato, primeiro, de tirar o fantasma que rondava a
privatização da Petrobras, assim como a privatização da Caixa Econômica
Federal, do Banco do Brasil, das grandes instituições e das grandes empresas
brasileiras - isso foi descartado. E para quem não lembra, Fernando Henrique
Cardoso gastou 21 milhões para fazer um estudo para mudar a marca da Petrobras,
e chegaram a fazer aquele anúncio “Petrobrax”, que era para vender a imagem no
Exterior com o nome americanizado, ou no mercado internacional, e felizmente
esse processo se destruiu; não à privatização das riquezas brasileiras e da
Petrobras.
Segundo,
a eficiência da Petrobras descobriu esta maravilha de energia que é o Pré-Sal,
nada mais justo que esta riqueza seja distribuída entre todo o povo brasileiro,
e não só para aquelas cidades e Estados que prospectam o petróleo. Eu estive no
Rio, há poucos dias, no Foro Urbano Mundial, e senti o clima do Rio de Janeiro
- claro -, numa alta defesa. Não é nada, mas são nove bilhões que o Rio de
Janeiro recebe, por ano, só dos royalties.
Inclusive a população de lá nos dizia que para eles esse debate era muito bom,
porque assim ficaram sabendo que o Rio de Janeiro recebia um dinheiro imenso
dos royalties, coisa que ninguém
sabia. Mas a Moção que trazemos aqui, com o Projeto original do Deputado
Fernando Marroni e os demais, e o Projeto do Governo Federal, é justamente na
linha de gerar e distribuir esta riqueza, que está destinada para ser investida
em quê? Na Educação, no Fundo da Ciência e Tecnologia, no Fundo da
Informatização do País e para geração de conhecimento e riqueza. Portanto, foi
aceito aqui o pedido dos demais colegas para incluir os Deputados que
trabalharam e trabalham neste sentido. Acho que aprovaremos por unanimidade.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir
Tessaro): Em votação o
Requerimento nº 136/09, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, com
aditamento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Encerrada a Ordem do Dia.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0657/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/10, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro e outros, que altera os arts. 1º, 3º, 4º e 5º da Lei
Complementar nº 621, de 23 de junho de 2009 – que altera as Subunidades 01 e 05
na Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 10 da Macrozona (MZ) 7, cria e institui
como Área Especial de Interesse Social I (AEIS I) a Subunidade 10 da UEU 10 da
MZ 07, define o regime urbanístico dessa Subunidade e dá outras providências –,
dispondo sobre a permuta da Subunidade 10 da UEU 10 da MZ 07.
PROC.
Nº 1186/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 005/10, que altera os
artigos 35, 36, 62 e 65, os Anexos III, V e VI, todos da Lei nº 6.203, de 3 de
outubro de 1988, e alterações posteriores – que estabelece o Plano Classificado
de Cargos dos Funcionários do Departamento Municipal de Água e Esgotos, dispõe
sobre o Plano de Pagamento e dá outras providências –, cria a gratificação por
exercício de atividades operacionais no âmbito do Departamento Municipal de
Água e Esgotos e dá outras providências.
PROC.
Nº 1188/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/10, que estabelece
normas sobre a incorporação de Funções Gratificadas no âmbito do Departamento
Municipal de Água e Esgotos (DMAE) e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 4998/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 221/09, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que altera o art. 3º e inclui arts. 3º-A e 5º-B na
Lei nº 7.855, de 25 de setembro de 1996, e alterações posteriores, inclui
parágrafo único no art. 1º da Lei nº 9.728, de 1º de fevereiro de 2005, e
altera o art. 5º da Lei nº 10.428, de 6 de maio de 2008, dispondo sobre a
origem e o destino dos recursos arrecadados para a cobertura das despesas
relativas ao custeio de eventos a serem desenvolvidos durante a Semana
Farroupilha, sobre a localização da Feira Popular de Artesanato, Artes
Plásticas, Culinária Artesanal, Antiguidades e Típicos do Rio Grande do Sul e
vedando a cobrança de ingresso e de estacionamento em eventos que especifica.
PROC.
Nº 0457/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 010/10, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que institui, no Município de Porto Alegre, o
Programa Cidade Verde Sustentável e dá outras providências. Com
Emenda nº 01.
PROC.
Nº 0641/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 019/10, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que institui a obrigatoriedade de cadastramento de
torcedores no ato da venda de ingressos para eventos futebolísticos realizados
no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com
Emenda nº 01.
PROC.
Nº 0797/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 031/10, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Monsenhor Antonio Guilherme Grings o
logradouro público cadastrado conhecido como Rua 905, localizado no Bairro
Sarandi.
PROC.
Nº 0887/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 035/10, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dona Beca o logradouro público não
cadastrado conhecido como Rua 1997, localizado no Bairro Rubem Berta.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir
Tessaro): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro;
Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, a Casa vê hoje, em 1ª Sessão de Pauta, transitar e tramitar o
seguinte Projeto (Lê.): “Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/10, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro e outros,
que altera os arts. 1º, 3º, 4º e 5º da Lei Complementar nº 621, de 23 de junho
de 2009 - que altera as Subunidades 01 e 05 na Unidade de Estruturação Urbana
(UEU) 10 da Macrozona (MZ) 7, cria e institui como Área Especial de Interesse
Social I (AEIS I) a Subunidade 10 da UEU 10 da MZ 07, define o regime
urbanístico dessa Subunidade e dá outras providências -, dispondo sobre a
permuta da Subunidade 10 da UEU 10 da MZ 07”. É muito número para um bom
fim.
Realmente,
eu estou convencido de que algumas coisas que nós vimos segurando aqui na Casa,
nós vamos ter que dar sequência, Ver. João Dib. Nós amarramos muitas posições,
e a Verª Sofia me acena com a cabeça, porque eu segurei por um largo tempo um
Projeto, de autoria da Vereadora, a respeito do Estudo de Impacto de
Vizinhança, que eu estou liberando, porque aguardei até o final do ano passado
pela conclusão dos trabalhos do Plano Diretor. Mantive-me em aguardo mais 90
dias. E, como isso não ocorre, estou dando oportunidade para que ele seja
discutido na Comissão de Justiça e, de um jeito ou de outro, inicie a sua
tramitação, com o acolhimento ou não do meu Parecer, vai acabar iniciando a
tramitação. É que nós paramos a Cidade neste particular, Ver. Dib. E V. Exª,
que foi tão exigente nos cumprimentos de horários, na determinação de conduzir
os trabalhos da Comissão, sabe que eu, inclusive, muitas vezes, protestei,
achava que a pressa era demais, e nós não podíamos comprometer o nosso trabalho
pela pressa.
Hoje,
eu me sinto até injustiçado, porque me submeti a várias situações a que não
tinha que me submeter, para que a coisa, até o presente momento, não tenha
tomado nenhuma corporação, nenhuma efetividade, porque, até hoje, nós não
votamos a Redação Final. E, se não votamos a Redação Final, não podemos
encaminhar ao exame do Prefeito Municipal, onde a matéria será sancionada ou
vetada, parcial ou totalmente, mais aí, sim, transformando-se em lei. Nós
estamos num verdadeiro vacatio legis,
com as pessoas temerosas, se organizando; seus investimentos, Ver. Tessaro,
pela lei, hoje, vigorante, e, ao mesmo tempo, não sabendo se alguns
dispositivos que alteram a Lei, em função da decisão da revisão, vão ser
confirmados, ou não.
Então,
V. Exª provoca com o seu Projeto essa retomada do debate sobre um tema de
relevância muito forte, que são as Áreas Especiais de Interesse Social.
Definindo algumas áreas, sendo as quais em alguns programas habitacionais que
estão em vias de serem implantados, não passarão de sonhos, e não passarão de
discursos.
Então
nós não podemos ser - nós, Câmara de Vereadores - acusados por termos, de
alguma forma, comprometido esse Projeto, muitos deles, acho, muito midiáticos e
pouco efetivos. Mas, da nossa parte, nós temos que fazer sempre o que tivermos
que fazer, e por isso eu estou me comprometendo com V. Exª, desde logo, a fazer
com que esse Projeto ande, obviamente a definição é outra coisa - eu não li
inteiramente o Projeto - na discussão vou me posicionar, mas, como sempre, eu
quero que ele seja votado o mais breve possível. Era isso, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhoras e senhores, agora
percebam só como é difícil nós fazermos com que a Cidade se atualize, que a
Cidade avance, que a Cidade de reestruture. O Projeto de Lei Complementar
apresentando pelo Ver. Nelcir Tessaro e outros diz respeito à comunidade do
Unidão, na Restinga. Cadastrados, inicialmente, são em torno de 380 famílias,
mas sabemos que incluindo todo o Unidão ultrapassam as 380 famílias.
Eu,
quando fui eleito no primeiro mandato, no dia 1º de janeiro de 2005, já
passamos a tratar desse tema lá na CUTHAB. Eu perdi as contas de quantas
reuniões foram feitas na CUTHAB referentes a essa comunidade do Unidão. E
sempre que se aproximava o período de final de ano, o Natal, apareciam os
Oficiais de Justiça lá na comunidade com o mandado de despejo que o
proprietário tinha para reintegração de posse, inclusive com a Brigada Militar
indo lá e fazendo, o que eu considero, um terrorismo na comunidade,
cadastrando, dizendo que seriam retirados. Agora, dia 23, na véspera do Natal
de 2006, aconteceu isso; em 2007 aconteceu isso; em 2008 aconteceu isso.
Ver.
Tessaro, em uma dessas ocasiões - se não me falha a memória, em 2006 -, nós
fizemos uma reunião lá no Gabinete do então Prefeito de Porto Alegre, José
Alberto Fogaça de Medeiros; que fez um acordo com a Câmara de Vereadores, o
Secretário Tessaro, que está aqui, na época estava lá, o proprietário e os
moradores: “A Prefeitura vai assumir a responsabilidade sobre essa área, paga
em índice ao proprietário pelo valor original do terreno, ele repassa o imóvel
ao DEMHAB e nós elaboraremos um Projeto vinculado ao Programa Minha Casa Minha
Vida para garantir essa comunidade no local”, Ver. João Antonio Dib. Portanto,
feito o acordo, todos saíram de lá felizes. E na política – e quando eu trago
aqui para o nosso debate o valor que tem esta Casa, o que nós devemos fazer, e
cumprir os acordos é para resgatar esse valor histórico que a Câmara de Porto
Alegre tem. Nós fizemos o acordo; o Prefeito Fogaça renunciou semana passada e
não cumpriu o acordo, não enviou o Projeto a esta Casa. No ano passado, quando
fomos reeleitos junto com outros colegas, entre eles o Vereador-Presidente
desta Casa, Nelcir Tessaro, como o Prefeito não tinha enviado o Projeto para
Casa, portanto quebrou um acordo, nós tomamos a iniciativa e fizemos um Projeto
de Lei, que foi aprovado.
Ver.
Pedro Ruas, essa área é de são quatro hectares e alguma coisa -, a Fazenda foi
lá e a avaliou para poder pagar índice. Sabem em quanto a Fazenda avaliou a
área? Em 300 mil reais. Trezentos mil reais vale um hectare para esse tipo de
Projeto, segundo os moldes de hoje, do Minha Casa Minha Vida, que é por cota de
unidade habitacional, e já absorve em torno de 300 mil reais.
Então,
além de o Prefeito não ter mandado para esta Casa, fica claro que há uma
oposição dentro da tecnocracia, ou sei lá onde, na estrutura pública, que não
deseja que saiam esse tipo de projetos, que vêm tranquilizar as comunidades,
trazendo a regularização fundiária.
Mas,
agora, o Ver. Tessaro, e outros, apresentam um novo Projeto alterando aquela
Lei que aprovamos. E confesso que ainda não tive a oportunidade de me debruçar
no assunto, olhar, estudar, como sempre fazemos, mas faremos esse estudo,
inclusive, para que aquela comunidade fique lá, naquele local, ou na
comunidade. Nós não podemos simplesmente aceitar que as comunidades sejam
despejadas - 300 , 400, 500 pessoas -, e eu costumo dizer aqui que uma
comunidade que é despejada vai para onde? Para onde vão essas famílias? Para o
ar é que não será. Então, achando que vão resolver um problema, muitas vezes,
geram outro problema social ainda maior, imenso.
Portanto,
primeiro, quero registrar aqui que o ex-Prefeito José Fogaça, que para mim
abandonou a Cidade com muitos problemas, dentre eles, esse aqui, não cumpriu o
acordo com esta Casa, então, agora, temos de, novamente, nos debruçar sobre o
Projeto de Lei do Legislativo para tentarmos resolver o problema.
Quero
dizer, de antemão, que a nossa Bancada, naquele momento, discutiu o Projeto, e
votou favorável, e, agora, iremos analisar para possivelmente adotarmos a mesma
postura. Mas quero registrar que, na política, esta Câmara de Vereadores tem de
ser mais respeitada. E acordo, quando se faz, tem de ser cumprido.
Portanto,
o Fogaça foi embora, e quem vai embora tem de saber que os acordos têm de ser
cumpridos. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não havendo mais inscritos, encerramos
os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h57min.)
* * * * *